Fundo garante abertura de hotéis inacabados de São Miguel nos prazos impostos

O fundo que assumirá o projeto dos hotéis inacabados de Ponta Delgada e das Furnas, em São Miguel, deu hoje a garantia ao Governo dos Açores de que cumprirá os prazos fixados em tribunal para a concretização das obras.

Em causa estão o Hotel Casino de Ponta Delgada, na avenida marginal da cidade, e o Hotel SPA das Furnas, propriedade da ASTA Atlântica, cujas obras estão paradas há anos.

O caso esteve na Justiça, que em abril aprovou um plano de revitalização do grupo ASTA, depois de o Governo Regional dos Açores ter aceitado passar a concessão do jogo para outra entidade.

Mas em troca, o executivo impôs condições, sobretudo a nível de calendário.

Assim, a compra da ASTA pelo fundo de investimento Discovery tem de ser concretizada, no máximo, dentro de 75 dias, a partir de hoje, por ter transitado em julgado na quarta-feira a homologação do plano de revitalização por parte do tribunal.

Depois, o fundo tem 18 meses, a partir da data dessa escritura de troca de ações, para abrir o Hotel Casino e seis para abrir o das Furnas.

No caso de Ponta Delgada, o executivo açoriano impôs ainda uma diminuição da volumetria das galerias comercias adjacentes ao edifício do hotel e a criação de um espaço público de lazer numa parte dos terrenos, localizados na zona da Calheta.

Pedro Seabra, em nome do fundo de investimento, disse hoje em Ponta Delgada, após uma reunião com o presidente do Governo açoriano, Vasco Cordeiro, que confirmou e reafirmou ao chefe do executivo regional o “interesse em cumprir com as condições” impostas.

Neste contexto, garantiu que a concretização da compra da totalidade do capital da ASTA será feita “assim que possível” e que os outros prazos, apesar de não serem “totalmente confortáveis”, serão cumpridos “seguramente”.

Pedro Seabra explicou que o Fundo Discovery está em atividade desde 2012, tendo desde então comprado créditos sobre 34 ativos, num valor aproximado de 520 milhões de euros, quase todos na área do turismo.

Além de ter criado uma marca própria para gerir as unidades hoteleiras que já comprou, o fundo tem também celebrado contratos com cadeias internacionais para a administração de alguns hotéis.

Vasco Cordeiro salientou, por seu turno, “a confiança” que um fundo com “a dimensão” que este tem manifesta no turismo dos Açores.

O chefe do executivo açoriano recebeu também o presidente da câmara de Ponta Delgada, José Manuel Boleiro, e os primeiros subscritores da petição “Queremos a Calheta de volta”.

José Manuel Bolieiro congratulou-se com as “boas” notícias e por “finalmente haver definição de certezas”, comprometendo-se a “acelerar todos os procedimentos” e a desburocratizá-los o mais possível.

O autarca disse ainda que a câmara, em parceria com o fundo Discovery, vai assegurar a conservação e manutenção dos espaços que forem devolvidos à comunidade.

Também Santos Narciso, um dos primeiros subscritores da petição “Queremos a Calheta de volta” considerou que o desfecho deste caso na justiça é “uma ótima notícia”.

“Vamos esperar que desta feita o assunto seja mesmo para ter seguimento”, afirmou, garantindo que o movimento que representa denunciará qualquer derrapagem nos prazos.

 

Lusa

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