Geoparque Açores presente na 11.ª Conferência Internacional de Geoparques

FOTO | SRAAC © Governo dos Açores

A Região participou, com o Geoparque Açores, na 11.ª Conferência Internacional de Geoparques Mundiais da UNESCO (UGGp), que decorreu entre os dias 8 e 12, no Kutralkura UGGp, na cidade de Temuco, no Chile, o mais importante fórum mundial dedicado aos Geoparques reconhecidos pela UNESCO, reunindo mais de 700 participantes de 50 países, entre os quais representantes de mais de 200 geoparques, distribuídos pelos cinco continentes.

Alonso Miguel, Secretário Regional do Ambiente e Ação Climática, presente no evento, salientou que “o tema desta edição – ‘Do conhecimento ancestral aos Geoparques do Futuro: tecnologias e inovação digital para o desenvolvimento sustentável’ – colocou em debate a importância da integração do saber tradicional com as novas ferramentas digitais, reforçando o papel dos geoparques como motores de desenvolvimento sustentável, inovação social e valorização do património natural e cultural, com destaque para o património geológico”.

“A participação inédita de um governante açoriano nesta conferência reforça o compromisso e o envolvimento institucional do Governo Regional dos Açores na manutenção deste reconhecimento da UNESCO para o território”, realçou o governante, relembrando que “no âmbito de uma avaliação da UNESCO referente ao quadriénio 2017 – 2021, foi atribuído um cartão amarelo ao Geoparque Açores, que obrigou a que a Secretaria Regional do Ambiente e Ação Climática assumisse a presidência da Associação Geoparque Açores e reforçasse o compromisso, no sentido de obter um cartão verde e manter este importante estatuto internacional, o que se veio a verificar em julho de 2024. E, por isso, esta presença é mais uma demonstração firme do empenho político para com a consolidação do Geoparque Açores como um instrumento estratégico de valorização territorial, educação ambiental e promoção da resiliência das comunidades”, disse.

Durante a conferência, o Geoparque Açores esteve representado em oito comunicações orais, que abordaram várias temáticas para o desenvolvimento sustentável do arquipélago, onde foi reforçada a importância do estabelecimento de pontes entre a ciência e as comunidades, sublinhadas em sistemas de monitorização e gestão de riscos geológicos e em instrumentos e planos de adaptação da Região às alterações climáticas, alinhando ciência, políticas públicas e inovação, para aumentar a resiliência do território e das comunidades.

No decorrer das apresentações, onde houve espaço para comunicações dedicadas à capacitação de stakeholders, a educação para o risco sísmico e vulcânico também mereceu destaque, enquanto prioridade para uma Região com processos geológicos ativos.

Durante o encontro, o Geoparque Açores apresentou os resultados do trabalho de inventariação, monitorização e gestão dos 122 geossítios identificados no arquipélago, utilizando sistemas de informação geográfica e ferramentas digitais que permitem conciliar o uso com a conservação dos valores naturais, tendo, para além das sessões técnicas, participado em diversas iniciativas culturais e de divulgação, onde o filme “The Energy of the Earth at the Azores UGGp”, produzido no âmbito do projeto TerraAzores, esteve em concurso no Global Geopark Film Festival, destacando-se ainda a participação na iniciativa internacional “Tecendo o Futuro” com a peça “Pummice”, criada na Casa de Trabalho do Nordeste pelas artesãs Fátima Cabral e Maria da Conceição Menezes, simbolizando a relação entre a identidade local e o património geológico do território.

 

Foi apresentado o livro “Local Stories of Our Volcanoes”, publicado pelo Grupo de Trabalho de Geoparques Vulcânicos da Rede Europeia de UGGp, coordenado por João Carlos Nunes. Este trabalho reúne lendas e contos tradicionais associados ao vulcanismo de vários geoparques, incluindo a Lenda das Sete Cidades, e constitui um recurso inovador para a divulgação científica junto do público infantojuvenil.

Os Açores integraram também a Global Geopark Fair, uma feira internacional de Geoparques realizada em paralelo à conferência, num stand conjunto com a Rede Portuguesa de Geoparques, que permitiu dar a conhecer ao público a riqueza da geodiversidade nacional e as boas práticas de geoconservação desenvolvidas em Portugal, promovendo a cooperação internacional e o intercâmbio de experiências.

Durante o encontro, realizou-se a Assembleia Geral da Rede Global de Geoparques (GGN), momento de relevância para a definição das linhas estratégicas de ação deste organismo, onde se destaca a eleição do geólogo português Artur Sá, Coordenador Científico do Geoparque Arouca, para presidente do Conselho Executivo da GGN, facto que projeta Portugal para uma posição de liderança no panorama internacional dos geoparques. Foi igualmente oficializada a entrada do Geoparque Algarvensis na Rede Global de Geoparques, elevando para sete o número de geoparques portugueses a integrar este organismo.

“A participação dos Açores nesta conferência mundial foi fundamental para afirmar o nosso arquipélago como um território de ciência, cultura e inovação, reforçando o nosso papel enquanto laboratório vivo de geodiversidade e demonstrando o impacto positivo do Geoparque Açores na conservação do património geológico, na educação ambiental e na resiliência das nossas comunidades”, sustenta Alonso Miguel.

 

 

Fonte – SRAAC/GR

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