Governo “espera que as pescas morram”, acusa social-democrata Duarte Freitas

“O Governo algumas vezes parece entender que agricultura e, em concreto, as pescas já não valem votos, desvalorizando-os completamente e esperando quase que o sector vá morrendo devagarinho”, afirmou o eurodeputado, que manteve hoje contactos com armadores, pescadores, produtores e associações ligadas ao sector, na Póvoa de Varzim, Matosinhos e Ílhavo.

    Duarte Freitas afirmou, em Matosinhos, ter ouvido “pescadores e armadores queixarem-se de que o Governo está de costas voltadas para o sector” e defenderem que “a União Europeia Bruxelas deve repensar o sistema de quotas e tac (totais admissíveis de capturas”, substituindo-o por outro “mais eficiente”.

    Duarte Freitas defendeu ainda que “o “bom senso leva-nos a entender que certas espécies estão em risco e que temos de limitar a sua captura, mas desse modo também estar a limitar a rentabilidade dos pescadores”

    “Para salvarmos algumas espécies fundamentais não podemos deixar morrer a espécie que sãos pescadores”, disse, declarando-se a favor de “compensações económicas” nos casos em que são impostas restrições à captura de certas espécies.

    Duarte Freitas recomendou ao primeiro-ministro “mais atenção” aos sectores tutelados pelo ministro da Agricultura e das Pescas, Jaime Silva. “Tem havido um autismo da parte do ministro em relação às pescas”, acusou.

    “O que eu temo é que isto não seja apenas por indiferença ou incompetência do ministro, mas sim por instruções políticas superiores do primeiro-ministro, entendendo que as pescas não tenham já a expressão social que tiveram noutro tempo e não tenham já mais-valia eleitoral”, acrescentou.

    O social-democrata apelou ao primeiro-ministro e ao ministro para que “façam alguma coisas para salvar o sector”.

    Duarte Freitas, garante que vai fazer pressão junto das instâncias europeias e “insistir num sistema alternativo de quotas, mais justo em termos ecológicos e também mais justo em termos socio-económicos para o sector”.

    Outra medida que Duarte Freitas propõe é a concentração de lotas, a exemplo do que tem sido feito nos Açores, porque “quanto mais compradores houver mais facilmente vai haver concorrência e os preços vão subir”.

    O deputado diz é que preciso encontrar soluções para “aumentar o rendimento dos pescadores, eventualmente fazendo leilões on-line e dando outro peso às suas organizações de produtores, de modo a que possam intervir num mercado e garantir assim que o preço da primeira possa ser maior”.

    Tudo isto prende-se com a sua leitura sobre um sector que, em sua opinião vive “uma crise muito grave, com repercussões sociais, porque há regiões em Portugal que dependem muito da pesca”.

    Duarte Freitas referiu que “vários países e regiões tomaram medidas para compensar os pescadores pelo aumento do preço dos combustíveis e Portugal nunca quando o fez foi tarde a más horas”.

   

IN Lusa/AO Online

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