Governo diz que “não é razoável” posição dos fornecedores de medicamentos

O secretário regional da Saúde, Miguel Correia, reconheceu hoje a existência de problemas com fornecedores de medicamentos nas unidades de saúde dos Açores, mas considerou que “não é razoável” a suspensão do fornecimento decidida por algumas empresas.

“Esta posição não é razoável, tendo em conta que existem prazos muito mais alargados no continente, onde há hospitais que pagam medicamentos aos fornecedores a 900 dias, quando nós pagamos a pouco mais de 120 dias”, afirmou Miguel Correia em declarações à Lusa.

O secretário regional da Saúde, que comentava a decisão de alguns fornecedores de medicamentos de suspender o abastecimento a unidades de saúde da região na sequência dos atrasos nos pagamentos, considerou que “existe margem para entendimento e para alguma cedência por parte dos fornecedores de medicamentos”.

“Não se compreende como é que no continente se praticam prazos tão alargados no fornecimento de medicamentos a crédito e nos Açores, por passarmos os 120 dias, procede-se logo à suspensão de fornecimentos”, salientou.

Miguel Correia considerou “urgente” a resolução desta questão, salientando que o problema vai ser analisado em reuniões da SAUDAÇOR, empresa de capitais públicos regionais que gere o setor da saúde, e os fornecedores de medicamentos.

A situação financeira do setor foi denunciada na terça-feira pela presidente do PSD/Açores, Berta Cabral, que a considerou “muitíssimo preocupante”.

No final de uma reunião com a Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD) para analisar este problema, Berta Cabral defendeu a necessidade de dar “atenção especial” aos fornecedores do Serviço Regional de Saúde.

Segundo a líder regional social-democrata, estes empresários “estão extremamente aflitos com a situação que se está a viver”, salientando que o setor da saúde nos Açores “está em absoluta rutura”.

Num comentário a estas declarações, Miguel Correia considerou-as “irónicas”, recordando que “a Câmara de Ponta Delgada (também presidida por Berta Cabral) e as suas empresas municipais devem milhões aos seus fornecedores”.

“Não tenho nada contra reivindicarem os direitos dos fornecedores no setor da saúde, mas é preciso que paguem a tempo e horas aos seus fornecedores para o poderem fazer”, acrescentou.

Por outro lado, Miguel Correia defendeu que a CCIPD “também deve zelar pelos prazos de recebimento dos fornecedores da Câmara de Ponta Delgada e das empresas municipais”.

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