Governo dos Açores gastou 80 milhões de euros no combate à pandemia

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O Governo Regional dos Açores gastou cerca de 80 milhões de euros com a gestão da pandemia de covid-19, revelou o secretário regional da Saúde, no dia em que se assinalam dois anos do primeiro caso detetado na região.

“A pandemia implicou um esforço das finanças regionais de 80 milhões de euros até este momento. Só em convenções, foram 23,3 milhões de euros”, avançou o titular da pasta da Saúde nos Açores, Clélio Meneses, numa conferência de imprensa em Angra do Heroísmo.

Os Açores diagnosticaram o primeiro caso de infeção de SARS-CoV-2, que provoca a doença covid-19, no dia 14 de março de 2020 (comunicado no dia seguinte).

Em dois anos, a região contabilizou 65.041 casos de infeção, 62.917 recuperações e 94 óbitos.

Hoje, com 1.679 casos ativos e uma tendência “decrescente” de novos casos, a região caminha, segundo Clélio Meneses, “cada vez mais para a responsabilidade individual, através da automonitorização de casos” e da “proteção dos mais vulneráveis”, o que vai permitir uma maior libertação de recursos do Serviço Regional de Saúde.

“Os recursos públicos, que são de todos nós, vão ser suscitados de cada vez que for necessário. Não faz sentido estarmos a alocar recursos humanos, que são tão escassos, recursos financeiros que tão escassos são para situações onde não se demonstre essa necessidade”, afirmou.

Em dois anos, foram realizados na região “aproximadamente 1.040.000 testes” de despiste do SARS-CoV-2.

Segundo o diretor regional da Saúde, Berto Cabral, a região está agora numa “fase diferente”, com “outros níveis de vacinação” e uma “variante menos severa”, por isso não faz sentido recorrer à testagem em massa.

“Mediante a avaliação que é feita pelas autoridades de saúde concelhias e o contexto onde surgem os casos, é natural que possam existir testagens mais alargadas, mas apenas e só em determinados contextos, já sem ter nada a ver com aquilo que há um ano fizemos de testar localidades inteiras”, afirmou.

Berto Cabral defendeu que a sintomatologia deve ser “o alerta principal para a realização de um teste”, até porque, “perante sintomatologia, normalmente a transmissão é maior”.

Atualmente, a maioria dos testes já é feita por entidades convencionadas e essa tendência deverá aumentar.

A região tem convenções com 30 entidades (entre farmácias, laboratórios e associações) para a realização de testes rápidos de antigénio e vai convencionar também os testes PCR.

“Os utentes das ilhas de São Miguel e Terceira, as únicas duas em que há laboratórios privados convencionados com teste PCR, irão passar a receber uma SMS e um email com um código, que vai validar a realização do teste nessa entidade”, avançou Berto Cabral.

O Governo Regional vai manter, por enquanto, a comparticipação de quatro testes rápidos de antigénio por mês, mas esse número poderá ser revisto em breve.

À semelhança do que acontece a nível nacional, a Autoridade de Saúde Regional vai também passar a divulgar o número de casos de infeção detetados semanalmente.

Berto Cabral admitiu ainda a necessidade de revogar circulares normativas ainda em vigor, alegando que “muitas delas, perante as medidas que estão vertidas na última resolução do Conselho de Governo, deixam de fazer sentido”.

 

 

Lusa

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