Governo dos Açores quis “resolver problemas” na unidade de saúde do Corvo

O presidente do Governo dos Açores afirmou hoje que manifestações como a do Corvo, na sequência de alterações na saúde na ilha, fazem “parte da democracia, e ao executivo compete ter “soluções” para assegurar os cuidados de saúde.

“Havia um problema que levou à intervenção do secretário regional da Saúde e encontrou-se uma solução. O que é preciso é que possamos garantir acessibilidade de saúde às pessoas e gestão dos conselhos de administração das unidades de saúde nos Açores”, afirmou José Manuel Bolieiro aos jornalistas, nas Capelas, ilha de São Miguel, à margem da inauguração de um caminho agrícola.

O responsável do executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM destacou que o executivo açoriano “está à procura de soluções e não de um problema” com as mudanças na Unidade de Saúde do Corvo.

“Faz parte da democracia uma manifestação e é da responsabilidade do Governo Regional resolver problemas e ter soluções. É o estamos a fazer”, declarou.

Na sexta-feira, o Governo dos Açores determinou a cessação de funções do presidente do Conselho de Administração da Unidade de Saúde de Ilha do Corvo, o médico António Salgado, alegadamente por discordâncias do profissional de saúde com os restantes elementos daquele órgão.

O facto gerou manifestações por parte dos corvinos e os protestos de alguns partidos.

O secretário Regional de Saúde dos Açores garantiu que o Corvo não vai ficar sem médico, e poderá até “ter dois”, recusando motivações político-partidárias na opção pela cessação de funções.

Clélio Meneses revelou, depois, que o médico e antigo candidato do PPM Paulo Margato foi nomeado presidente do conselho de administração da Unidade de Saúde do Corvo.

Em declarações à agência Lusa, o secretário Regional rejeitou qualquer problema ético na nomeação de Margato por este ter sido candidato pelos monárquicos às eleições regionais de 2020, advogando que “ninguém está impedido de ser nomeado para cargos por ter sido candidato por qualquer partido”.

Clélio Meneses lembrou que Paulo Margato foi “nomeado para vários cargos por governos anteriores” liderados pelo PS e salientou que “não existe qualquer conflito de interesse com quem o nomeia”.

Em declarações à Antena 1/Açores na sexta-feira, o médico António Salgado considerou que a decisão da tutela resultou de “uma particularidade do Corvo, que é ser mandado de uma forma arbitrária, quase absoluta, por uma figura que é o dono disto tudo e que gere a ilha como se fosse um jogo de tabuleiro, o deputado do PPM”.

Também em declarações aos jornalistas na Horta, Paulo Estêvão, deputado do PPM eleito pelo Corvo, assegurou ser “mentira” que tenha tido “qualquer tipo de interferência no processo”.
Lusa
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