Governo Regional deve responder por eventuais contaminações fora da Praia da Vitória – PSD/A

Os deputados do PSD/Açores eleitos pela Ilha Terceira questionaram hoje o Governo Regional sobre as análises aos solos e aquíferos das zonas fora dos limites do concelho da Praia da Vitória, onde estiveram instaladas infra-estruturas militares norte-americanas, nomeadamente a zona do Cabrito.
 
“O Governo Regional deve prestar esclarecimentos e responder por eventuais contaminações noutros locais, sendo que o exemplo mais flagrante é o do tanque de combustíveis do Cabrito, um dos maiores e um dos primeiros a ser desmantelado, situado no concelho de Angra e no perímetro da maior bacia leiteira da Ilha Terceira”, disse o social democrata Luís Rendeiro, em conferência de imprensa, no local.
 
“Trata-se de uma mais importantes zonas de captação de água para consumo humano de Angra, junto a uma zona de extracção de inertes, onde é frequente a utilização de explosivos, e com características ambientais muito próprias. Aliás, estamos a falar do maior problema ambiental conhecido nos Açores”, referiu.
 
Luís Rendeiro lembrou que, “em 1997, o Governo Regional criou uma comissão técnica para acompanhar o desmantelamento das infra-estruturas militares. Essa comissão foi desactivada praticamente na fase inicial, mesmo se já tinham sido detectadas situações irregulares, e isto bem antes da vinda a público dos problemas hoje assumidos”.
 
“Queremos saber porque foi extinta a tal comissão, já que a mesma poderia ter detectado as situações de contaminação uma década antes do que acabou por acontecer”, disse o deputado, acrescentando que a referida comissão “foi formada por ordem do Governo Regional, respondia apenas a ele, e um dos casos que seguiu foi a remoção do tanque de combustível no Cabrito”, recordou.
 
“A tutela deve esclarecer se há infra-estruturas militares norte-americanas que tenham sido abrangidas pelos planos de desmantelamento, mas que tenham ficado de fora dos planos de descontaminação”, adiantou.
 
Ainda sobre o tanque do Cabrito, Luís Rendeiro explica que, “aquando do seu desmantelamento, não foi retirada a base de betão, o que suscitou controvérsia pelo facto de impedir uma correcta avaliação do estado de contaminação do solo naquele local”
 
“A isso, deve juntar-se o anúncio, feito pelo Governo Regional, de que serão retirados os pipe-lines que ligavam o referido tanque às instalações militares da Base das Lajes, o que faz antever uma relação directa com questões de saúde pública. Estamos a falar de contaminantes cujos efeitos podem manifestar-se desde o presente até daqui a várias décadas”, esclareceu.
 
Luís Rendeiro disse ainda que, “a contaminação dos aquíferos, mesmo com a remoção integral das estruturas de armazenamento e distribuição dos combustíveis, não só continua como se agrava. Por força da infiltração dos hidrocarbonetos, potenciada pelas águas da chuva, e que já atingiram o aquífero basal”, concluiu.

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