Governo Regional quer estação GMES em Santa Maria

O Governo Regional dos Açores, atendendo à posição geoestratégica do arquipélago, pretende que a estação da Agência Espacial Europeia (ESA) instalada em Santa Maria se transforme em estação GMES (Global Monitoring for Environment and Security).

Esta posição, que permitiria aos Açores receber dados diretamente dos novos satélites ‘Sentinel’, foi hoje defendida em Bruxelas pelo secretário regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos, José Contente, num seminário sobre as perspetivas do sistema GMES para depois de 2014.

“Atendendo a que vão estar em breve disponíveis os satélites Sentinel, um dos quais completamente virado para a observação do mar, e sendo os Açores a região onde a Europa chega mais longe para Ocidente, o governo açoriano considera muito importante que a estação de Santa Maria se transforme em estação GMES para receber os dados diretamente destes satélites, sobretudo o de observação marítima”, afirmou José Contente.

Na sua intervenção, salientou que “os Açores estão numa posição geográfica que permite o acesso mais rápido aos dados dos satélites que cobrem praticamente a região entre a Europa e os EUA”, o que “permitiria aceder à informação cerca de meia hora antes de os satélites passarem pelas estações colocadas perto do Pólo Norte”.

Os Açores, segundo José Contente, consideram o GMES como um “projeto estratégico” da União Europeia e o “segundo grande desafio em termos espaciais”, logo atrás do Galileo, o sistema europeu de posicionamento global por satélite.

“As aplicações espaciais desempenham um papel extremamente importante em muitas áreas, como a agricultura, ambiente, transportes e alterações climáticas”, frisou, acrescentando que “o espaço é um sector de actividade importante” em algumas regiões e noutras “uma oportunidade de negócio em crescimento que precisa ser desenvolvida”.

No caso dos Açores, considerou que “a tecnologia espacial fornece soluções para uma vasta gama de áreas, desde a gestão de resíduos à gestão de catástrofe, o que se afigura crucial num território descontínuo de nove ilhas separadas por 600 quilómetros”.

Nesse sentido, José Contente defendeu que o GMES “precisa de ser encarado (depois de 2014) como o retorno de um investimento da Europa em prol dos cidadãos”, salientando a sua importância na “integração das regiões, sobretudo das que mais facilmente interagem pela proximidade e interesses comuns”, como é o caso das ilhas da Macaronésia

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