Greve na Rede de Apoio ao Cidadão dos Açores encerra algumas lojas

A greve de uma semana iniciada hoje pelos assistentes técnicos da Rede Integrada de Apoio ao Cidadão (RIAC) dos Açores levou “ao encerramento de lojas em algumas” das nove ilhas açorianas, avançou fonte sindical à agência Lusa.

Os trabalhadores assistentes técnicos da Rede Integrada de Apoio ao Cidadão (RIAC) dos Açores iniciaram hoje uma greve de uma semana pelo “direito à negociação coletiva e à valorização profissional das suas funções”.

A delegada sindical do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (SINTAP) pela ilha de São Miguel dos trabalhadores da RIAC Carmen Araújo disse à Lusa que neste primeiro dia de paralisação não é ainda possível avançar com um número exato da adesão, porque o funcionamento de “muitas lojas” está “a ser assegurado por trabalhadores ao abrigo de programas ocupacionais, evitando o fecho”.

“Mesmo assim há lojas encerradas nas ilhas de São Miguel, Terceira e Flores”, acrescentou Carmen Araújo.

A delegada sindical frisou que esta é “uma greve de uma semana”, daí “ser normal que a adesão seja faseada”, mas “perspetiva-se uma boa adesão”.

“Não há abertura de negociações por parte da vice-presidência”, lamentou ainda a delegada sindical.

Numa nota enviada às redações, a RIAC – Agência para a Modernização e Qualidade do Serviço ao Cidadão, I.P. – informa que a percentagem de adesão à paralisação “registada esta segunda-feira, às 10:00 não vai além de 7% dos trabalhadores abrangidos, tendo-se registado, apenas, nove trabalhadores em greve”.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (SINTAP/Açores) a paralisação, que decorre até 16 de outubro, é uma “luta, que já se arrasta há algum tempo” e que foi iniciada “com a reivindicação da criação de uma carreira específica” em virtude da “exigência, complexidade, abrangência e responsabilidade das inúmeras funções” destes trabalhadores.

“Refugiando-se inicialmente no argumento da falta de competência da região, a vice-presidência do Governo Regional dos Açores (VPGRA) acabou por assumir finalmente a sua falta de vontade política na satisfação desta reivindicação pelo receio do precedente que ela poderia criar junto de outras carreiras. Na reunião em que tal foi dito, o vice-presidente afirmou, contudo, que autorizaria a mobilidade dos trabalhadores para outros serviços que lho pedissem. Desde então, mais de 26 trabalhadores qualificados acabaram por sair da RIAC”, aponta o SINTAP/Açores.

Ainda de acordo com o sindicato, “muitos” daqueles trabalhadores que saíram da RIAC para outros serviços “têm sido substituídos por trabalhadores de programas ocupacionais” e “degradando” o serviço.

Com a recente publicação da carreira dos trabalhadores dos matadouros da região, na qual viram reconhecidas pelo Governo Regional a natureza específica das suas funções através da criação de um suplemento remuneratório, os trabalhadores da RIAC através do SINTAP “apresentaram uma nova proposta em que manifestavam a sua disponibilidade de negociar uma valorização das suas funções por esta via”, mas “até ao momento” não obtiveram “qualquer resposta”, aponta ainda o sindicato.

Neste contexto, o sindicato esclarece que “os trabalhadores da RIAC resolveram avançar” com a greve, com o objetivo de “protestar e lutar pelo seu direito à negociação coletiva em torno da nova proposta de valorização profissional das suas funções à semelhança daquilo que o Governo Regional fez com os seus colegas dos matadouros da região”.

Estes trabalhadores da RIAC têm vindo a fazer vários períodos de greve, em defesa de “uma carreira específica”, alegando o sindicato que o trabalho que estes funcionários desempenham “é complexo”, reivindicando a criação de uma carreira especial, que permita, entre outras coisas, a valorização remuneratória daqueles trabalhadores.

O executivo açoriano tem sublinhado que não tem competência legal para criar carreiras específicas.

A RIAC abriu o primeiro espaço em 2004 e tem 54 lojas nas nove ilhas dos Açores, que permitem fazer documentos de identificação pessoal ou do carro e aceder a serviços da Segurança Social, de saúde ou relacionados com o pagamento de contas de serviços públicos, entre outros.

 

 

Lusa

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