Gui Menezes afirma que “faz todo o sentido” que os Açores sejam centrais no projeto do AIR Centre

O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia frisou hoje, na Praia, em Cabo Verde, que o Oceano, a Atmosfera e o Espaço são “áreas importantes” no contexto da criação do Centro Internacional de Investigação do Atlântico, o AIR Centre, constituindo-se, igualmente, como três áreas em que a Região “está bem posicionada”, considerando, por isso, que “faz todo o sentido” que os Açores estejam no centro deste projeto.

Gui Menezes, que falava no painel ‘Implementing the AIR Centre: Developing the network’, no âmbito da terceira reunião ‘Atlantic Interactions: High Level Industry-Science-Government Dialogue’, salientou que estes encontros são “passos importantes para a implementação efetiva” deste projeto, cuja agenda científica irá “aumentar consideravelmente o conhecimento para a preservação e o uso sustentável do oceano Atlântico, um grande recurso comum a vários países”.

Durante a sua apresentação, Gui Menezes sublinhou que a centralidade dos Açores no Atlântico Norte e a proximidade ao oceano aberto e ao mar profundo contribuíram para “a excelência da comunidade científica ligada à investigação marinha”.

Neste sentido, apontou a existência, na ilha do Faial, de um ‘cluster’ ligado ao Mar onde muitos investigadores desenvolvem trabalho científico, nomeadamente estudos sobre os ecossistemas de águas profundas e dos bancos submarinos, monitorização de fontes hidrotermais de grande e de baixa profundidade, estudos na área da biotecnologia marinha e ainda a monitorização da atividade da pesca, através de iniciativas como o Programa de Observação das Pescas dos Açores, o projeto Condor e as campanhas de demersais.

O Secretário Regional afirmou ainda que a relação entre o Oceano e a Atmosfera e as alterações climáticas também tem sido um “tema de interesse” para a comunidade científica dos Açores, apontando a estação ARM, de medição da radiação atmosférica, na Graciosa, e a Estação PICONARE, instalada no topo da montanha do Pico, a mais de 2.000 metros, para estudos climatológicos em altitude, como “dois bons exemplos de cooperação internacional da investigação que está a ser desenvolvida por equipas científicas” nos Açores.

Relativamente ao Espaço, outra das áreas de investigação do AIR Centre, Gui Menezes disse que “também a localização oceânica aproximou os Açores do Espaço”, salientando que “há 10 anos foi instalada na ilha de Santa Maria a primeira estação da Agência Espacial Europeia (ESA) em território português e uma das primeiras estações da rede de estações ESTRACK, com capacidade de rastrear lançamentos de satélites de Kourou, na Guiana Francesa”.

Gui Menezes lembrou ainda outras infraestruturas sediadas em Santa Maria, como a estação de receção de dados do programa europeu Copernicus, para a observação da Terra, que vai dispor de uma nova antena, que irá integrar o programa PROBA 3 da ESA, para o estudo do Sol.

A estação de sensores Galileo, que contribui para o sistema de navegação global da Europa, a Estação Geodésica Fundamental de Santa Maria, da Rede Atlântica de Estações Geodinâmicas e Espaciais (RAEGE), e a nova estação da Organização Europeia para a Exploração de Satélites Meteorológicos, que em breve está operacional, foram outras das infraestruturas referidas pelo Secretário Regional.

Gui Menezes frisou que o AIR Centre é “uma excelente oportunidade para aproximar os países na cooperação científica na área dos oceanos, em particular do Atlântico”.

Esta é a terceira reunião ‘Atlantic Interactions: High Level Industry-Science-Government Dialogue’, no seguimento dos encontros realizados na Terceira, em abril de 2017, e em Florianópolis, no Brasil, em novembro de 2017.

Estão representados neste evento países como Portugal, Espanha, Reino Unido, Nigéria, África do Sul, Cabo Verde, Angola, Brasil, Argentina e Uruguai.

O quarto encontro do AIR Centre vai realizar-se, em novembro, nas Canárias.

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