Gui Menezes apela a distribuição mais equitativa de rendimentos nas pescas

pesca peixeO Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia afirmou, em Rabo de Peixe, que o Governo dos Açores quer “mudar o paradigma do setor das pescas”, salientando que, para isso, conta com “o contributo de todos”, nomeadamente dos representantes do setor, dos armadores, dos pescadores e dos comerciantes.

Gui Menezes lançou, nesse sentido, um “forte apelo” para que haja uma “distribuição de rendimentos mais equitativa entre armadores e pescadores”.

“É preciso que os quinhões sejam divididos de forma mais equilibrada entre todos”, disse, defendendo que este é “um passo importante que tem de ser dado para que quem trabalha no mar sinta que é devidamente remunerado”.

O Secretário Regional do Mar, que falava sexta-feira na abertura do 5.º Festival do Caldo de Peixe, elogiou esta iniciativa da Associação de Pescas e do Clube Naval de Rabo de Peixe, que promove “não só a boa gastronomia e um dos nossos produtos mais nobres, o pescado açoriano, mas também a maior comunidade piscatória dos Açores”.

“O Festival do Caldo de Peixe é, sem dúvida, uma iniciativa que deve ser acarinhada, não só pela sua vertente gastronómica, mas também pela causa que está por detrás dela”, frisou, referindo-se ao projeto social ‘Hominis Aqua’, que apoia a comunidade piscatória desta freguesia do concelho da Ribeira Grande.

Na sua intervenção, Gui Menezes afirmou que “o Governo dos Açores, as associações do setor, armadores e comerciantes têm sabido promover a valorização do pescado e o aumento dos preços na primeira venda, apostando também na promoção do peixe açoriano”.

Nesse sentido, apontou dados do Instituto Nacional de Estatística que indicam que, em 2016, o preço médio do pescado na Região foi de 4,58 euros por quilo, enquanto no continente se ficou por 1,93 euros, acrescentando que, “em termos percentuais, representa uma subida de 31,2%”.

Relativamente aos dados de 2017, Gui Menezes salientou que “o preço médio de pescado na primeira venda continua a subir, sendo que, a 30 de junho, se situava nos 4,73 euros”, frisando que a gestão trimestral da quota do goraz adotada no início deste ano está “refletida” nestes valores.

“Esta nova forma de gestão, criticada por alguns, permitiu que no final deste primeiro semestre se registasse, com menos 25% de peixe capturado, o aumento de 29% do preço médio na primeira venda”, afirmou Gui Menezes, acrescentando que, neste momento, o preço médio de goraz é de 13,43 euros, “um dos valores mais elevados de sempre”.

O titular da pasta das Pescas lembrou ainda que este mês o Governo dos Açores publicou uma portaria que permite aos chicharreiros capturar 400 quilos por dia de chicharro, entre 1 de abril a 30 de setembro, “por se verificar, desde maio deste ano, maior abundância desta espécie e haver um aumento da procura nalguns períodos do ano”.

“Sabemos que a pesca do chicharro é de grande importância para a comunidade piscatória de Rabo de Peixe”, afirmou, sublinhando que esta medida contribui não só para o aumento do rendimento dos pescadores, mas também para o combate à fuga à lota.

“A fuga à lota é um problema que, para além de prejudicar a gestão dos recursos, prejudica o rendimento dos pescadores”, salientou o Secretário Regional.

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