No que toca aos rendimentos, Portugal é dos países mais desiguais da Europa e uma comparação linear entre os melhor e pior remunerados dá uma boa noção de até onde vai a desigualdade: se, em média, um homem lisboeta ganha 1174 euros por mês, uma mulher da região Centro não leva para casa mais do que 643 euros, quase metade do valor.
Trata-se de valores de salário base, pelo que é indiferente se a pessoa tem complementos salariais por chefia ou exclusividade, por exemplo. Se se somassem estes valores, chegar-se-ia à conclusão de que a diferença de salário entre homens e mulher é ainda maior.
Em Lisboa ganha-se mais do que em qualquer outro ponto do país, quer se trate de um homem quer de uma mulher. É na capital que se encontra o maior peso dos serviços na economia, o Governo central e seus institutos e fundações, bem como a maioria das grandes empresas e das mais avançadas na cadeia produtiva, que contrataram os trabalhadores mais qualificados e, portanto, melhor pagos.
É também a região com as casas mais caras, uma justificação dada por algumas empresas de âmbito nacional para pagar mais aos lisboetas do que aos restantes.
Se, na guerra dos sexos, quem mais perde são as mulheres do Centro, os homens pior pagos vivem nos Açores: em média, recebem 789 euros, abaixo dos 916 da média nacional.
Se o objectivo é escolher uma profissão para ganhar o máximo de dinheiro possível, a opção parece ser óbvia: ser director geral de uma qualquer instituição.
Tirando o caso das advogadas e magistradas madeirenses (a melhor profissão para uma mulher, naquele arquipélago), em todas as outras regiões, e para ambos os sexos, os maiores salários encontram-se entre os directores gerais, sendo corrente ordenados acima dos três ou quatro mil euros por mês.
Do outro lado da tabela estão profissões não qualificadas, como, por exemplo, cantoneiros, trabalhadores florestais ou agrícolas, ou da indústria do calçado ou, ainda, artesão de madeira ou couro. São profissões onde se ganham valores muito próximos do salário mínimo nacional.
