“Gago Coutinho” em direcção às fontes hidrotermais de profundidade

corais-mar-dopUm conjunto de «espectaculares jardins de coral preto» foi descoberto no fundo do oceano, ao largo das ilhas do Grupo Central dos Açores, durante uma missão científica promovida pela Estrutura de Missão para Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), noticia a Lusa.

 

 

De acordo com o investigador, a descoberta só foi possível graças à utilização do ROV Luso (Veículo de Controlo Remoto), que «mergulhou» ao largo das ilhas Terceira, Graciosa e S. Jorge, a profundidades entre 400 e 1000 metros.

 

«Mais uma vez se confirmou a riqueza de habitats e a biodiversidade marinha do mar profundo dos Açores», frisou, esta quarta-feira, à Lusa Pedro Ribeiro, biólogo do Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) da Universidade dos Açores.

 

O Rov Luso seguiu a bordo do navio oceanográfico Almirante Gago Coutinho e descobriu «espectaculares jardins de coral preto, do género Leiopathes», que se juntam aos já conhecidos jardins de coral do Condor, da Fossa do Hirondelle e do Menez Gwen.

Nesta missão científica foram também observadas várias espécies de crustáceos, como o «Gastroptychus formosus», que é frequentemente associada aos corais negros, além de extensas áreas dominadas por esponjas e bancos de ostras, onde se encontrou o crinóide «Cyathidium foresti», considerado um fóssil vivo.

O balanço da missão é positivo, mas foi «fortemente condicionado pelo estado do mar», que obrigou o navio Gago Coutinho a alterar o rumo previsto, tendo mesmo de abrigar-se entre as ilhas do Grupo Central.

 

Pedro Ribeiro diz que o estado do mar prejudicou também os trabalhos, uma vez que durante os seis dias de missão com o ROV Luso, apenas três foram «bem sucedidas».

 

Após uns dias em terra, o navio Gago Coutinho fez-se novamente ao mar na passada segunda feira com destino ao campo hidrotermal Menez Gwen, a  140 milhas a sudoeste do Faial, onde já se encontra.

Mas o tempo está novamente a trocar as voltas à missão.

Teresa Firmino, jornalista do jornal  ” O Publico” a bordo, revela  “ondas de mais de três metros, vento entre 30 a 40 quilómetros por hora. O navio “Almirante Gago Coutinho” parece balançar ainda mais hoje. Por vezes, as ondas entram convés adentro. Para alguns, os enjoos voltaram.
Portanto, navegamos por cima do Menez Gwen, andamos às voltas, para cima, para baixo, à espera que o tempo melhore.”

 

Com estas condições, o robô submarino português não pode entrar no mar e descer ao Menez Gwen.

Resta esperar que o tempo melhore para que esta seja mais uma missão bem sucedida.

Pub

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here