João Ponte anuncia Plano Estratégico de Promoção para a Agroindústria dos Lacticínios

joao ponteO Secretário Regional da Agricultura e Florestas anunciou hoje o desenvolvimento, em articulação com a indústria, de um Plano Estratégico de Promoção para a Agroindústria dos Lacticínios, tendo em vista reforçar a presença dos produtos lácteos açorianos nos mercados de exportação tradicionais, mas também a procura de novos mercados.

João Ponte falava na abertura do Azorean Cheese Fest, na Escola Profissional da Ilha de São Jorge, um evento sobre a temática do queijo em diferentes vertentes promovido pela Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo e pelo seu Núcleo Empresarial da Ilha de São Jorge.

Na sua intervenção, João Ponte salientou a importância deste evento pela notoriedade que dá ao queijo e pelos contributos para a identificação de novos caminhos tendo em vista a sustentabilidade das atividades ligadas ao setor dos lacticínios nos Açores.

O Secretário Regional frisou a evolução positiva que o setor agrícola registou em São Jorge, “assente numa estratégia acertada, que sempre foi desenhada em conjunto com as associações do setor”, mas que “tem necessariamente de ser ajustada em função dos desafios que vão surgindo e dos recursos disponíveis”.

Numa referência à situação particular do setor cooperativo em São Jorge, o titular da pasta da Agricultura afirmou que “a estratégia adotada pelo Governo teve sucesso e permitiu reestruturar a produção do queijo de São Jorge, fruto do grande trabalho, centrado num plano de ação, com produtores de leite e com os dirigentes associativos e das cooperativas”.

“Recuperaram-se os atrasos de pagamentos, devolvendo-se a esperança aos produtores de leite, as cooperativas foram reestruturadas financeiramente, as queijarias foram modernizadas, melhorando assim as condições higio-sanitárias”, afirmou.

“Bem sabemos que este não é um projeto concluído, mas já é um projeto bem conseguido”, acrescentou João Ponte, que destacou a grande melhoria registada ao nível da qualidade do queijo nos últimos dois anos.

Nesse sentido, salientou que “atualmente não existe queijo de segunda ou para fundir”, acrescentando que “a taxa de aprovação do queijo submetido a certificação foi, no ano anterior, superior a 90%”.

“Em 2015, o número de queijos certificados foi de 75 mil e em 2016 passou para quase 107 mil, registando-se assim um crescimento superior a 40%”, frisou.

Relativamente às dificuldades de escoamento do queijo de São Jorge, João Ponte assegurou que não se deve a uma perda de quota de mercado, mas por o mercado não estar a conseguir absorver o acréscimo da produção que resultou da melhoria da qualidade do queijo produzido.

“Ter hoje mais queijo em stock não pode ser visto como uma dificuldade, mas sim como um desafio e uma oportunidade. Ter um aumento de queijo certificado em 40%, quando a produção de leite aumentou 2%, representa mais produto que pode ser valorizado, representa mais riqueza que se cria em São Jorge e também mais oportunidade para melhorar o rendimento dos produtores de leite”, garantiu, acrescentando que, “sem alarmismo, o foco da nossa preocupação deve assentar no escoamento do excesso de queijo em stock”.

“Estamos perante um queijo de excelência. Tem tradição, história e qualidade reconhecida, consegue fidelizar os consumidores e já tem uma boa presença em alguns segmentos de mercado”, salientou, adiantando que existem alguns importantes desafios para o futuro a curto e médio prazo que importa vencer para assegurar o escoamento do queijo de São Jorge, apontando o reforço da presença em mais canais de distribuição, assim como o aumento da notoriedade, apostando no meio digital e em ações diretas com o consumidor e com parceiros estratégicos para consolidar o mercado nacional e crescer no plano internacional.

Por outro lado, salientou que é necessário “contar com a alteração dos hábitos alimentares, principalmente dos jovens, com a concorrência dos queijos de linha branca e com as campanhas negativas ao consumo de produtos lácteos”, mas também com o facto de se estar a operar “num mercado nacional de reduzida dimensão e que continua a importar muito queijo”.

João Ponte reafirmou ser “fundamental que a indústria acompanhe as novas tendências dos mercados e as opções de escolha dos consumidores, que estão em constante evolução, para encontrar nichos de mercado que são fundamentais em termos de valorização”.

O Secretário Regional deixou ainda um desafio à organização do evento para que possa vir a ser realizado fora da Região criando uma oportunidade para aumentar a notoriedade dos queijos dos Açores.

 

 

 

Açores 24Horas / Gacs

talholagoa1

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