Jovens tornam-se astronautas por um dia com voo de gravidade zero

Uma experiência de duas horas num voo parabólico juntou hoje, em Beja, um grupo de 30 estudantes de vários pontos do país que aprenderam a flutuar na gravidade de Marte ou da Lua como autênticos astronautas.
A experiência proporcionada pela Agência Espacial Portuguesa – Portugal Space, no âmbito da iniciativa “Zero-G Portugal – Astronauta por um Dia”, realizou-se com sucesso pelo segundo ano consecutivo na Base Aérea Nº 11 de Beja.
O dia para estes jovens estudantes começou pouco depois das 08:00, na Base Aérea, onde reuniram com os respetivos instrutores e tiraram todas as dúvidas para um embarque calmo e um voo cheio de “boas emoções”.
“Hoje estou um pouco nervosa, mas como na altura em que me inscrevi não tinha bem a certeza do que seguir no futuro quis experimentar tudo o que surgisse em torno das ciências e esta experiência pode ajudar”, contou Lara Semião, de Albufeira (Faro), momentos antes de embarcar no avião.
Enquanto isso, na rua e sob alguns chuviscos, os pais e outros familiares aguardavam a saída dos jovens, já equipados com os fatos de voo, a fazer lembrar os verdadeiros astronautas, e prontos para uma das maiores aventuras das suas vidas.
Os jovens, com idades entre os 14 e os 18 anos, finalistas da competição promovida pela Agência Espacial Portuguesa, voaram num Airbus A310 que descolou da pista alentejana às 09:50 com o objetivo de cumprir um total de 16 parábolas.
Para alcançar a gravidade zero, o avião realizou “uma série de parábolas em simultâneo”, ou seja movimentos de ascensão e de queda-livre, explicou à Lusa o tenente-coronel da Força Aérea Portuguesa /Agência Espacial Portuguesa, Pedro Costa.
“No movimento ascendente, o avião adquire uma velocidade superior ao normal” e quando “muda o rumo para o movimento descendente, conduz-nos a uma simulação de microgravidade”, especificou.
Duas horas depois, às 11:50, o avião aterrou na pista e quando as portas se abriram, sob o olhar atento dos familiares, alinhados num hangar e ansiosos pela chegada, os jovens saíram um a um, com um sorriso no rosto e experiências para partilhar.
“Foi surreal, não estava à espera que me sentisse como num sonho lúcido”, relatou à Lusa Maria Gonçalves, de Vila Nova da Barquinha, distrito de Santarém, ainda a gerir as emoções do contacto com a microgravidade em que se sentiu “mais leve e a flutuar”.
A bordo do avião, os 30 jovens, simularam a ausência de gravidade nas quatro “estações de trabalho” designadas Júpiter, Saturno, Marte e Lua, e experimentaram rebentar um balão de água.
“Dei muitos mortais e infelizmente não consegui beber a água porque não veio na minha direção. Os 22 segundos pareciam minutos, mas depois as horas pareceram segundos”, disse David Reis, dos Açores, que se mostrou “agradecido por participar” na iniciativa.
No voo seguiu também o astronauta alemão Matthias Maurer, que esteve durante seis meses na Estação Espacial Internacional, e partilhou a sua experiência com estes jovens a quem chamou de “irmãos e irmãs da gravidade zero”.
“Eles nasceram para a gravidade zero. Não mostraram medo, foi muito natural, e logo depois da primeira parábola ficaram muito contentes. Acredito que nunca irão esquecer este dia e que poderão sonhar um dia trabalhar em algo relacionado com o espaço”, disse à Lusa.

 

Lusa

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