Laboratório de Engenharia Civil dos Açores já fez vistoria a zona de derrocada na ilha Terceira

A estrada afetada por uma derrocada, na sequência de um sismo, na ilha Terceira, nos Açores, continua encerrada, mas o Laboratório Regional de Engenharia Civil (LREC) já esteve no local, revelou hoje o Governo Regional.
“A equipa do LREC já se deslocou esta manhã à Terceira e realizou a vistoria ao local, aguardando-se pela emissão, com caráter de urgência, do relatório até ao final do dia de amanhã [terça-feira]. A estrada manter-se-á encerrada por motivos de segurança da população até à conclusão do relatório e à definição de ações específicas a implementar”, avançou a Secretaria Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, em comunicado de imprensa.
No domingo, às 07:19 locais (08:19 em Lisboa), foi registado um sismo com magnitude 4,5 na escala de Richter e epicentro a cerca de um quilómetro a nor-noroeste (NNW) da freguesia da Serreta, na ilha Terceira.
Segundo o Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA), “logo após o abalo houve o registo de uma derrocada na estrada regional na freguesia do Raminho, que obstruiu a via”.
O troço da estrada regional, entre o Cabo do Raminho e a Mata da Serreta, foi desobstruído no próprio dia, mas “considerando a instabilidade da encosta” foi decidido mantê-lo encerrado até que fosse efetuada uma avaliação do LREC.
Segundo a Secretaria Regional com a tutela das Infraestruturas, dois técnicos do LREC deslocaram-se hoje à ilha Terceira para fazer “uma avaliação técnica ‘in loco’ à estabilidade dos taludes”, na zona onde ocorreu a derrocada.
A Direção Regional das Obras Públicas “está, igualmente, a fazer um levantamento dos danos provocados no decorrer deste evento sismológico, nomeadamente no que concerne ao eventual derrube de muros de vedação, visando proceder à sua reposição o mais rapidamente possível”.
Também a Secretaria Regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural está a fazer um levantamento dos estragos nas explorações agrícolas.
A maioria dos terrenos agrícolas naquela zona é dividida por muros de pedra e vários cederam com o sismo.
“Vamos fazer a quantificação dos estragos e verificar se há necessidade de apoio”, adiantou o secretário regional da Agricultura, António Ventura.
O governante esteve hoje em contacto com agricultores e autarcas nas freguesias de Raminho, Serreta, Doze Ribeiras e Santa Bárbara, as mais afetadas pelo evento.
Ainda sem um valor calculado dos prejuízos, António Ventura admitiu que, na zona do Cabo do Raminho, perto da derrocada, os estragos são “significativos”.
Segundo o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), o sismo foi sentido com intensidade máxima VI, na escala de Mercalli Modificada, na zona oeste do concelho de Angra do Heroísmo, tendo sido sentido com menor intensidade no resto da ilha Terceira e na ilha de São Jorge.
O evento “insere-se na crise sismovulcânica em curso na ilha Terceira desde junho de 2022”.
Desde este sismo de maior magnitude já foram sentidos outros três pela população da zona oeste da ilha, com magnitudes entre 2,4 e 2,7 na escala de Richter.
Os abalos entre 4 e 4,9 na escala de Richter são considerados “moderados”.
Na escala de Mercalli Modificada, um sismo de intensidade VI é definido como “bastante forte”.
De acordo com informação disponível na página da Internet do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), nesse grau, o sismo é “sentido por todos”, “as louças, os vidros das janelas, os copos, partem-se”, “objetos ornamentais e livros caem das prateleiras”, “os quadros caem das paredes”, “as mobílias movem-se ou tombam” e “os estuques fracos e alvenarias do tipo D fendem”.

 

 

Lusa

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