Livro desvenda as relações da Maçonaria

A um ano do centenário da implantação da República, a Fundação Mário Soares apresenta segunda-feira um livro que desvenda ligações da Maçonaria às conspirações republicanas, com documentos que escaparam a um século de perseguição e guerras.
. “A Maçonaria e a Implantação da República” mostra em “fac-simile” documentos da Comissão de Resistência organizada no seio da Maçonaria que durante anos estiveram fora de Lisboa, a salvo da perseguição movida pela polícia política da ditadura, a PIDE, aos membros da Maçonaria, bem como da destruição que as duas guerras mundiais provocaram a “parte considerável” do arquivo do Grande Oriente Lusitano. 

 

No posfácio do livro, o historiador Oliveira Marques afirma que a Comissão, que em 1910 se reuniu em vários locais secretos, “conciliou e enquadrou esforços e iniciativas que havia muito se vinham desenvolvendo com vista à implantação da República”, aprovando dois planos de revolução, um militar e outro civil.

 

 

Oliveira Marques refere que Simões Raposo, “um dos implicados na última e decisiva conspiração que levou à República”, é a fonte original dos documentos, que passou a Jaime Carvalhão Duarte, director do jornal “República” e cujo filho os entregou à Fundação.

 

 

O historiador explica que a Comissão de Resistência foi organizada em 1910 pelo grão-mestre-adjunto da altura, José de Castro, para “resistir às medidas repressivas tomadas desde finais de 1909 pelo governo progressista da altura.

 

 

Os maçons que nela participaram adoptaram “nomes simbólicos”: Miguel Bombarda foi “D’Artagnan” e Francisco Grandela foi “Pilatos”, por exemplo.

 

 

Além dos fac-similes, a obra, que é editada em parceira com o Grémio Lusitano, inclui enquadramento da época histórica, fotografias e apontamentos biográficos sobre os intervenientes.

 

A obra descreve a estrutura da Maçonaria em 1910, a situação do operariado, a actividade da Carbonária – uma sociedade secreta com afinidades maçons – e o papel da Maçonaria no percurso do movimento republicano, que viria a culminar no 05 de Outubro.

 

A apresentação do livro será feita por João Alves Dias, professor da Universidade Nova de Lisboa, a par de uma exposição de quinze quadros, “Quem Fez a República”, que a partir de 2010 passará por várias localidades, no âmbito das comemorações do centenário da implantação da República.

 

Ainda no âmbito do centenário, a Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República promove a partir de 03 de Novembro um curso de ensino à distância sobre a Primeira República e o Republicanismo, com a participação do Instituto Camões, para professores do ensino básico e secundário.

 

A Academia Laica e Republicana, associada à Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa, assinala os 99 anos da República em Portugal com um jantar, domingo na Fábrica de Braço de Prata.

 

 

No outro lado da barricada, a Causa Real e a Real Associação de Lisboa concentram-se a partir das 00:00 de segunda-feira na Praça do Comércio, com o presidente da Causa Real, Paulo Teixeira Pinto, para assinalar o início do ano do centenário e para abordar uma controvérsia ligada a bandeiras.

 

Recentemente, o DN noticiou que a Câmara Municipal de Lisboa retirou, em Janeiro, a bandeira monárquica hasteada na sede da Real Associação de Lisboa, devido ao “não cumprimento dos regulamentos municipais”.

 

 

 

Lusa

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