Madeira e Açores também suspendem administração de vacinas da AstraZeneca

A Madeira e os Açores decidiram seguir a indicação da Direção-Geral da Saúde e vão também suspender a administração da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca, avançaram hoje as respetivas direções regionais da saúde.

“A inoculação com a vacina AstraZeneca está suspensa”, lê-se na nota divulgada pela Direção Regional da Saúde (DRS) da Madeira, que invoca as indicações comunicadas pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) na tomada da decisão.

A DRS adianta que “a vacinação contra a covid-19 programada para os próximos dias úteis no Madeira Tecnopolo [no Funchal], com a vacina AstraZeneca, está cancelada”.

No mesmo documento salienta que a campanha de vacinação vai manter-se no arquipélago, nos centros de vacinação concelhios, “com a administração da vacina Pfizer”, conforme programado.

A DRS destaca que se “mantém em contacto com as demais entidades de saúde nacionais e internacionais” sobre esta matéria.

Devido a esta situação, foi disponibilizada uma linha de apoio gratuita para a população dedicada à vacinação covid-19, denominada SRS VACINA COVID-19, através do número 800 210 263, conclui.

A mesma decisão foi tomada pela DRS dos Açores. “Vamos alinhar com aquilo que são as orientações e o que ficou determinado pela DGS, pelo Infarmed e pela ‘task force’ da suspensão temporária, até ser feita a reavaliação da segurança das vacinas da AstraZeneca”, afirmou à Lusa Berto Cabral.

O diretor regional da Saúde explicou que, das 8.500 doses desta vacina que chegaram ao arquipélago no dia 03 de março, há ainda cerca de 4.000 doses por administrar.

“Não se trata de doses perdidas, porque, no fundo, não é uma retirada destas vacinas do circuito, é uma suspensão para reavaliação”, garante o responsável, acrescentando que estas “têm um período de conservação muito grande”.

Berto Cabral esclarece que as cerca de 4.000 doses que aguardam pelo parecer da Agência Europeia do Medicamento se destinavam a “profissionais de saúde do privado, às forças de segurança” e a “doentes entre 50 e 65 anos” com “insuficiência cardíaca, doença coronária e insuficiência respiratória”.

Depois de o secretário regional da Saúde, Clélio Meneses, ter afirmado hoje que a região espera receber em abril 40.000 doses de vacinas, da Pfizer, que permitiriam concluir a 1.ª fase da vacinação prevista no plano regional, o diretor regional afirma que a suspensão definitiva da inoculação da AstraZeneca pode causar ainda mais atrasos no processo.

“É de temer que, se houver uma suspensão definitiva da AstraZeneca, e tendo em conta que todo o país, e toda a Europa, ficam com uma quantidade significativa de vacinas que não serão administradas, se houver uma redistribuição das vacinas da Pfizer, poderão chegar menos”, concretiza.

A decisão pela suspensão da administração da vacina em Portugal ocorre apenas um dia depois de Infarmed e DGS terem declarado que a vacina da AstraZeneca podia continuar a ser administrada, frisando que não havia evidência de ligação com os casos tromboembólicos registados noutros países. Entretanto, o país continua a utilizar as vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna, autorizadas pela Agência Europeia do Medicamento.

Espanha, Itália, Alemanha, França, Noruega, Áustria, Estónia, Lituânia, Letónia, Luxemburgo e Dinamarca, além de outros países, incluindo fora da Europa, já interromperam por “precaução” o uso da vacina da AstraZeneca, após relatos de casos graves de coágulos sanguíneos em pessoas que foram vacinadas com doses do fármaco da AstraZeneca.

 

 

Lusa

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