Maior túnel lávico de S. Miguel já recebeu mais de 8.000 visitas este ano

Mais de oito mil pessoas já visitaram este ano a Gruta do Carvão, o maior túnel lávico da ilha de S. Miguel, nos Açores, uma experiência única que dá a conhecer “as entranhas da terra vulcânica”.
“Vamos mais ou menos com 8.400 visitantes. Relativamente ao ano passado é um aumento de 20%. Este mês de agosto estamos com um média de 90 pessoas por dia”, afirmou à Lusa André Hudeck, da Associação Amigos dos Açores, que gere o espaço.
A Gruta do Carvão, considerada uma das joias da vulcanoespeleologia dos Açores, localiza-se na zona poente da cidade de Ponta Delgada, numa extensão total de 2.300 metros de comprimento, divididos por três troços, mas dos quais apenas 150 metros são visitáveis.
André Hudeck adiantou que diariamente só podem visitar a gruta um total de 150 pessoas, por motivos de proteção e preservação do espaço, sendo que os visitantes, de várias nacionalidades e idades, compreendem as razões desta limitação.
“Nós estamos a efetuar diariamente cinco visitas com limite máximo por visita a 30 pessoas, divididas em dois grupos: português e inglês, o que dá um número total diário de 150 pessoas”, disse André Hudeck, acrescentando que o preço normal são quatro euros, estudantes e pessoas com mais de 65 anos pagam 2,5 euros e abaixo dos 12 anos têm entrada gratuita.
A Gruta do Carvão foi formada por um rio de lava que escorreu de uma erupção na zona da Serra Gorda há mais de 5000 anos, que é a idade dos depósitos que cobrem a cavidade, e há menos de 11 mil anos, data do depósito de carvão que se encontra por baixo da gruta.
Esta gruta, classificada como Monumento Natural Regional em 2005, possui uma altura máxima de seis metros e uma largura que atinge os 13 metros.
André Hudeck referiu que “a formação da própria gruta, a localização dela, a história da ilha e região, fascínio por ser um tubo vulcânico” surpreende muitos visitantes, que observam na visita “estalactites e estalagmite, várias formações, estruturas” e passam a ter noção de que “há vida no interior da terra”.
Entre outras coisas, a visita, que demora aproximadamente uma hora, permite observar paredes estriadas, bancadas a vários patamares, canais sobrepostos e galerias ramificadas, estalactites lávicas, “bolhas de gás” e fendas de arrefecimento.
“Em 2006/2007 houve um enorme trabalho de remoção de lixo, que existia num dos segmentos da gruta, e desde então temos mantido o máximo possível o nível de preservação. Mesmo a existência de plantas no interior, derivado à iluminação e visitas, tem sido tratado”, adiantou.
Nos Açores, estão inventariadas mais de 200 cavidades naturais, tubos de lava e algares vulcânicos, algumas dos quais com vários quilómetros de caminhos subterrâneos, espalhadas pelas ilhas do Pico, Terceira, São Miguel, São Jorge e Graciosa.

 

 

Lusa

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