Mais de 200 casos de leptospiro​se em seis anos, sem óbitos – especialis​ta

Nos últimos seis anos foram diagnosticados no Hospital de Ponta Delgada, em São Miguel, “222 casos de leptospirose, sem óbitos”, revelou o diretor do serviço de infetocontagiosos, adiantando que este ano já foram detetados mais de 20 casos.
“Nos últimos seis anos tivemos 222 casos diagnosticados no Hospital, o que representa uma média de 35 doentes por ano essencialmente de São Miguel”, disse Melo Mota, em declarações à Lusa, acrescentando que atualmente “não há nenhum doente internado no serviço de infetocontagiosos” do Hospital do Divino Espírito Santo.
O médico disse que as situações de leptospirose (uma doença provocada por uma bactéria presente na urina dos ratos que pode ser fatal se não for combatida numa fase inicial) têm surgido de forma “menos grave”, tendo em conta “o diagnóstico relativamente precoce” e porque a população está “mais alerta” para os cuidados a ter para evitar a doença.
“Os próprios indivíduos que nos chegam ao serviço de urgência, muitos deles quase que referem a doença ou pelo menos perguntam se não será”, disse, acrescentando que “nos últimos seis anos existe o apoio de uma nova técnica de diagnóstico que é dada pelo laboratório de genética, quando antes o diagnóstico era clínico”.
Anteriormente as analises eram enviadas para Lisboa para confirmar ou não a positividade.
Segundo Melo Mota, “hoje em dia, em 24 horas ou menos é possível obter o resultado”, admitindo ser muito provável que os números de novos diagnósticos sejam maiores.
“Em 2012 houve um aumento de casos que pode estar associado à forma mais rápida de diagnóstico e também pode ser pelas situações climatéricas que originaram uma melhor difusão” da bactéria nos locais onde ela mais existe, essencialmente nos “locais com rações, forragens, nas lixeiras”.
De acordo com o diretor do serviço de infetocontagiosos do Hospital de Ponta Delgada, “em 2012 foram diagnosticados 66 casos e este ano já foram mais de 20”.
Melo Mota disse que é “no outono/inverno” que há uma maior incidência da doença “essencialmente nos homens que trabalham no campo, nomeadamente os lavradores, os agricultores, os estufeiros e muitos também da construção civil”.
“São pessoas que trabalham em zonas que potencialmente podem estar infetadas, mas a maior transmissão é feita através da urina do rato infetado”, explicou, frisando que “em 30 e tal anos só há o registo de uma criança” com leptospirose e os casos de mulheres são relativamente raros.

 

Lusa

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