Manifestação em defesa da Lagoa das Furnas marcada para domingo

A manifestação convocada para domingo em defesa da Lagoa das Furnas, um dos ex-libris de S. Miguel, nos Açores, registou mais de 7.500 confirmações de presenças na rede social Facebook, onde foi lançada esta iniciativa.

‘A Lagoa das Furnas está a morrer e ninguém faz nada’ é o lema deste movimento, que surgiu em meados de agosto na sequência do agravamento do estado das águas daquela lagoa, em cujas margens se cozinha o famoso ‘Cozido das Furnas’.

A coloração amarelada da água e o mau cheio foram alguns dos sintomas que alertaram os promotores desta iniciativa, para quem se trata de salvar “um dos lugares mais fantásticos à face à Terra”.

O Governo dos Açores já assegurou, no entanto, que a Lagoa das Furnas “não é um caso perdido” e que a situação em que se encontra “não é irreversível”.

A coloração amarela da água da lagoa foi originada, segundo o secretário regional do Ambiente, por uma “grande densidade de cinobactérias”, na sequência de muitos dias seguidos de elevadas temperaturas, pouco vento e nenhuma chuva.

Para as autoridades regionais, “o verdadeiro problema da lagoa não está na água, mas na bacia hidrográfica”, sendo a situação originada pelo excesso de nutrientes, especialmente fosfatos, acumulados ao longo de anos de agricultura intensa nos terrenos existentes naquela zona da ilha.

Por essa razão, o processo de recuperação dos terrenos é muito lento, o que levou o secretário regional do Ambiente a afirmar que o problema ocorrido este ano voltará acontecer nos próximos anos, sendo progressivamente menos intenso até desaparecer.

O Governo dos Açores iniciou em 2006 um plano de recuperação desta bacia hidrográfica, que já envolveu um investimento de 16 milhões de euros.

Entre outras medidas, foi alterado o uso do solo em mais de metade das áreas de pastagem da zona envolvente da lagoa, de onde foram retiradas cerca de 500 cabeças de gado.

Por outro lado, o executivo regional adquiriu 265 hectares de terrenos e eliminou fertilizantes em 220 hectares de pastagens, estando a decorrer um plano de florestação que permitirá a reconversão do uso do solo em 130 hectares de área agrícola.

Para reduzir a afluência de sedimentos à lagoa, entre outras medidas, foram construídas 10 bacias de retenção nos leitos das ribeiras.

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