Média de 30 casos de Tuberculose por ano nos Açores

raioxEntre 2005 e 2008 houve entre 30 a 35 casos por ano de tuberculose nos Açores, com maior incidência nos concelhos mais populosos. Mas a tendência mundial é para o ressurgimento da doença e na Região ainda há pouca informação

No ano passado, houve 31 casos de tuberculose nos Açores. A média anual ronda as três dezenas de casos, revelam as estatísticas oficiais. São Miguel é, como seria de esperar, a ilha com maior número de casos: 13 em 2008. Por concelhos, são os mais populosos os mais afectados pela tuberculose. Aqui destaca-se naturalmente o concelho de Ponta Delgada, que chegou a registar 13 casos em 2007. Nos Açores, a tuberculose afecta bastante mais os homens do que as mulheres.

 
Mas a nível mundial, a tendência  é para o aumento da tuberculose e mesmo o ano de 2009 nos Açores começou com alguns casos fora do normal, como os quatro detectados na Terceira e que ganharam alguma dimensão por se terem dado em ambiente escolar, embora não haja registo recente de surtos de tuberculose  nos Açores. Mesmo na área de influência do Hospital de Ponta Delgada, a sensibilidade é também para um ligeiro aumento recente do número de casos. 

 
Tal é confirmado ao Açoriano Oriental por Dias Pereira, director do serviço de Pneumologia do Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, que no entanto considera que “em termos gerais, estamos muito bem nos Açores, ocupando juntamente com Beja os melhores ‘racios’ nacionais no controlo da tuberculose, ao contrário de zonas como Lisboa, Porto ou Setúbal, que têm valores que se aproximam do Terceiro Mundo”.
Essencial em qualquer sistema de saúde para a prevenção e combate a doenças como a tuberculose é a existência de uma boa rede de médicos de família e de Saúde Pública, “para que mais hipóteses haja da malha, que até aqui tem funcionado bem, chegar ao óptimo e estar mais próxima das pessoas”, garante Dias Pereira. 

 
Um alerta que também é partilhado por Mário Freitas, delegado de Saúde de São Miguel e do Concelho da Lagoa, que reconhece a importância dessa “rede” primária. Contudo, lembra que o impresso de notificação obrigatória da doença nos Açores é “inoperante”, porque não tem a identificação completa e dificulta o acesso rápido ao doente devido às actuais garantias de confidencialidade. Além disso, Mário Freitas lamenta a falta de médicos de Saúde Pública nos Açores e ainda  a pouca informação sobre a doença que chega aos Centros de Saúde. “Tem que se perder este hábito de se actuar em reacção”, afirma.

 

“A divulgação da problemática da tuberculose na Região é algo que deveria ser feito por um Programa Regional da Tuberculose”, lembra o delegado de Saúde de São Miguel.

 

 

 

 

Rui Jorge Cabral  (in AOriental)

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