
“A minha moção não é contra a do atual líder e novamente candidato à liderança, Artur Lima, a quem apoiei no início de abril, mas, daí para cá, as circunstâncias mudaram pelo facto de ele ser candidato à Assembleia da República”, afirmou Pedro Medina à Lusa.
Nesse sentido, defendeu que “quando o cenário interno mudou, com a candidatura de Artur Lima às eleições legislativas, devia ter sido aberto um debate interno sobre a estratégia do partido na região”.
Pedro Medina, vice-presidente da atual direção regional liderada por Artur Lima, decidiu apresentar uma moção de estratégia global ao congresso do partido nos Açores, o que, nos termos estatutários, o obriga a disputar a liderança.
“Achei que não devíamos ir para o congresso regional sem mais ideias, sem um debate que clarifique o funcionamento orgânico do partido, nomeadamente uma descentralização de responsabilidades para uma maior aproximação às estruturas locais”, frisou.
Para o candidato à liderança do CDS-PP nos Açores, “o partido tem vindo a crescer, tem mais deputados e mais autarcas e, por isso, é fundamental um maior esforço na aproximação das estruturas nas diversas ilhas às populações que representam”.
Pedro Medina manifestou o desejo de que Artur Lima, cabeça de lista pelos Açores, seja eleito para a Assembleia da República, mas defendeu que “o partido na região não pode ficar com a sua atividade suspensa” enquanto ele estiver em Lisboa, pelo que é “necessário que existam mais atores a trabalhar no terreno”.
“É essencial que vamos para o terreno porque no próximo ano temos eleições regionais e precisamos de trabalhar especificamente as populações do arquipélago”, frisou, acrescentando que a sua decisão de apresentar uma moção ao congresso “não é contra ninguém, mas a favor do funcionamento do partido”.
Pedro Medina manifestou confiança que o partido “vai ter um papel decisivo no futuro político açoriano”, salientando que o CDS/PP “tem condições para exercer um papel na governação dos Açores porque há cada vez mais pessoas a acreditar em nós enquanto fator de equilíbrio no desenvolvimento da autonomia”.
“O partido está no rumo certo”, afirmou, acrescentando que o PS, que lidera o executivo regional, “está desgastado, com vícios, sem ideias renovadoras e com uma imagem que as populações sentem já não ser benéfica”.