Mensagem da Sociedade de Autores salienta resistência do livro em papel

livrosNa mensagem da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) do Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, que se assinala no próximo sábado, salienta-se que na era da digitalização “o livro em papel resiste”.
Na mensagem, este ano assinada pelo escritor Urbano Tavares Rodrigues, afirma-se que “a digitalização dos livros lançados na Internet preocupa alguns puristas, mas a verdade é que o livro em papel resiste. É com ele que se adormece à noite e por fim nos cai das mãos ou é enfiado debaixo do travesseiro, companheiro querido”.

Para o autor de “Os Insubmissos”, “o livro tornou-se um amigo, foi nele que em muitos casos, nos descobrimos, com ele crescemos e nos transformamos, permanecendo fiéis ao mais profundo da nossa natureza”.

Urbano Tavares Rodrigues refere que o livro “suportou a concorrência do cinema e da televisão, com os quais estabeleceu relações íntimas de interpenetração” e “muito mais tarde sofreu a concorrência da Internet e resistiu-lhe”.

Uma resistência também à “barbárie economicista”, segundo o autor, que sublinha a função do livro, com “a sua magia glorificada como resistência do espírito, que é e será contra a barbárie economicista que reduz tudo a dinheiro”

“O modelo de globalização neo-liberal”, no entender do autor, “não afecta a grande literatura”, mas “marcou profundamente os subprodutos muito vendáveis, contendo lixo literário”.

Se “há por vezes o que parece ser uma concessão a processos um pouco fáceis de sedução do leitor”, Tavares Rodrigues atesta que “continua a fazer-se muito boa literatura”.

Na mensagem, Urbano Tavares Rodrigues traça ainda a evolução do livro e da leitura desde “os mais antigos e preciosos manuscritos” à imprensa “que inicia um processo de democratização da leitura”.

“O livro, de começo destinado a um escol de leitores, não tarda a chegar às massas devido ao ruído social e até ao escândalo de obras como as de Victor Hugo”, recorda Tavares Rodrigues.

Vulgarizou-se mais tarde, refere, como “o subproduto romanesco, a partir de obras com certa qualidade, que foram imitadas, vulgarizadas, estereotipadas”

“O livro, que às vezes provinha do folhetim, ganhou cor, beleza, tornou-se umas vezes discreto, outras vezes berrante para chamar a atenção do público mais simplório”, teorizou.

O autor termina a mensagem com um apelo: “Desejo que brilhe com a suprema luz da paz e da fraternidade universal este novo dia do livro”.

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