Michelle Wie: a única mulher à face da Terra

golfQuando Michelle dá uma tacada, o mundo sustém a respiração. As faixas penduradas gritam “Yes Wie can”.
Um trocadilho que até resultou bem. Michelle, ma belle, como lhe chamam nos corredores, era tudo aquilo de que o golfe feminino precisava. Uma atleta capaz de proezas de pôr os olhos em bico, como os dela. “Wie é uma pedrada no charco. Agitou o golfe e os Estados Unidos”, comentou David Leadbetter, treinador da golfista havaiana. E os homens contentam-se em vê-la jogar, apoiados numa perna, de taco debaixo do braço.

Michelle Wie começou a jogar golfe com pouco mais de quatro anos, pela mão do pai. Mas foi aos 11 que percebeu que queria ser profissional, altura em que começou a ganhar todos os torneios amadores em que participava e a obter melhores resultados que muitos homens. Com apenas 15 anos, Michelle abanou a estrutura sólida do golfe mundial. Conseguiu atrair atenções para o campeonato feminino quando se tornou a pessoa mais jovem a participar num PGA Tour (torneio masculino) e a quarta mulher a conseguir a façanha. Não venceu, mas terminou com uma pontuação superior à de 47 homens com vários anos de competição. “Adoro competir no PGA contra os rapazes”, disse a golfista de 20 anos. O entusiasmo, no entanto, fica-se por aí. “Não gosto deles. São um bocado irritantes”.

 

A excepção é Tiger Woods. O ídolo de infância cujas imagens forravam as paredes do quarto da jovem golfista. Foi por causa dele que Wie decidiu pelo golfe e bem. Michelle já começou a somar prémios. Ganhou, em Novembro do ano passado, um dos torneios do LPGA Tour, o Lorena Ochoa Invitational. Juli Inkster, 50.a classificada do ranking, tinha razão quando disse: “O ano não vai acabar sem ela ganhar alguma coisa. Escreve o que estou a dizer.”

 

Mas ninguém parece divertir-se tanto com as competições como a própria Michelle. “Quando estou em prova, as pessoas vêem um lado diferente de mim. É impossível descrever o quanto me divirto a fazer o meu trabalho. Esta experiência tem-me dado muita confiança”, explicou a jovem. “É sempre bom, mesmo quando perco. Há comida e bebida grátis e ninguém me incomoda quando estou a treinar nos greens.”

 

Também os patrocinadores americanos estão entusiasmados com a presença de Wie no circuito. Finalmente podem investir em campeões nacionais, capazes de vestir as cores da bandeira. Wie está em 10.º lugar do ranking e os três primeiros são ocupados por uma mexicana (Lorena Ochoa), por uma sul-coreana (Jiyai Shin) e uma norueguesa (Suzann Pettersen). Há quem diga que ela pode ser a próxima versão feminina de Tiger Woods. E que quando dá uma pancada na bola parece ser a única mulher à face da Terra.

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