Nova pobreza chega aos Açores

A solidariedade, praticada por algumas pessoas e instituições todo o ano, é reforçada durante a quadra natalícia.
“A Cáritas costuma dar alimentos durante todo o ano, esta época do ano não é excepcional”, afirma a presidente da Cáritas da ilha Terceira, Anabela Borba.
Segundo a presidente, uma empresa local ofereceu fundos para se fazerem cabazes de Natal, de forma a distribuir um cabaz a cada uma das paróquias da ilha Terceira.
Para além destes cabazes, patrocinados por esta empresa, a Cáritas vai distribuir oito cabazes a famílias necessitadas do seu curso de formação para adultos.
“Todos os dias nos têm aparecido novos pedidos, jovens casais, pessoas desempregadas e muitos outros. Há cada vez mais casos de pobreza e nós não temos meios para responder a todos os pedidos que nos são feitos”, sustenta Anabela Borba.
A Cáritas recebeu mais 209 pedidos de ajuda, do que no ano de 2007, muitos vindos do concelho de Angra. Os principais motivos que levam a estes pedidos são, segundo a Cáritas, os despedimentos, o divórcio e a doença.
O presidente do Banco Alimentar e membro da associação Cozinha Económica, Ricardo Barros, tem uma opinião bastante diferente.
“Não há um aumento da pobreza na região, a crise ainda não teve reflexos directos nos Açores. Os números mantêm-se, quando comparamos com anos anteriores”, refere Ricardo Barros.
O presidente do Banco Alimentar considera que “há muita gente que pede ajuda, mas que na realidade não precisa dela”.
A Cozinha Económica, que vende refeições a 50 cêntimos, reforça as refeições no Natal, mudando um pouco a ementa, acrescentando alguns “miminhos”, como é o exemplo do bolo de Natal.
“A associção vende refeições de forma a que as pessoas não sintam que estão a ser alvo de caridade, por um valor simbólico têm direito a uma refeição completa”, assegura Ricardo Barros.
A vice-presidente da Irmandade de Santo Agostinho, Sofia Couto, diz que “esta instituição trabalha com grupos muito específicos, no apoio às famílias mais carenciadas. Nesta época não fazemos nada de diferente”.
“Há muitas famílias que necessitam de ajuda, o tipo de ajuda e as necessidades é que têm vindo a mudar ao longo do tempo”, responde Sofia Couto, quando inquirida sobre o actual estado da pobreza na região autónoma dos Açores.

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