Novo TAC permitirá diagnóstico rápido e eficaz

Hospital de Ponta Delgada vai ter, no primeiro trimestre de 2009, um novo TAC de 64 cortes, dos mais sofisticados
a nível mundial, que tornará rápida e precisa a detecção de problemas e obstruções a nível cardíaco e vascular.

O Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) vai dispor de um aparelho TAC (Tomografia Axial Computorizada) de 64 cortes, um dos mais avançados a nível mundial e que permitirá o diagnóstico rápido e preciso de problemas e obstruções a nível cardíaco e vascular.
O equipamento, orçado em 750 mil euros, estará disponível no hospital de Ponta Delgada durante o primeiro trimestre deste ano. Ao Açoriano Oriental o Secretário Regional da Saúde falou das suas potencialidades e das vantagens que representa para o Serviço Regional de Saúde (SRS): “Os ganhos são, sobretudo, a nível da cardiologia de intervenção, uma vez que este tipo de TAC permite uma construção rápida em três dimensões do coração, substituindo, sem risco para o utente, outras técnicas invasivas como os cateterismos cardíacos”. Miguel Correia destaca a mais valia do TAC de 64 cortes relativamente ao seu antecessor (o TAC de 16 cortes), no que se refere ao aumento na fiabilidade das reconstruções de partes do corpo em três dimensões, tornando bastante mais eficaz a resposta terapêutica.
A grande vantagem do aparelho revela-se nos ganhos de qualidade no respeitante ao “diagnóstico e à saúde dos açorianos”.
O secretário enfatiza a ideia de que os doentes deixam de correr riscos no que se refere, por exemplo, a um serviço muito solicitado que é a cardiologia de intervenção. “Em vez de se estar a fazer 550 a 600 cateterismos para depois se fazer 200 angioplastias, temos um ganho em 300 pessoas que deixam de fazer o cateterismo cardíaco, que é uma técnica intrusa com riscos associados”.
O novo equipamento está apto a realizar um TAC ao coração em apenas 8 segundos, ao tórax em 10 e ao corpo inteiro em 20 segundos. A sofisticada máquina de TAC possui 64 detectores, o que faz aumentar proporcionalmente a área do corpo varrida numa única rotação, reduzindo a duração do exame para poucos segundos.
No TAC de 64 cortes, a captação de imagens é tão rápida e tão perfeita que permite ver os mais pequenos pormenores. Permite explorar o corpo com uma grande resolução e a uma velocidade muito rápida (64 cortes por segundo), tornando os especialistas capazes de, virtualmente, congelar o movimento do corpo, o que se reveste de especial importância no campo cardiológico.
As imagens a três dimensões, e de elevado pormenor, dão a possibilidade de se obter visualizações cardíacas, com avaliação das válvulas e cálculos precisos da função ventricular, incluindo ainda a identificação de nódulos com menos de um milímetro de tamanho. O TAC de 64 cortes permite igualmente o diagnóstico precoce do cancro do pulmão e no cólon, bem como a detecção, sem margem para falhas, de obstruções, aneurismas e outras situações que comprometem a função respiratória. O aparelho encurta substancialmente o prazo para a aplicação de tratamentos urgentes. 
Em Portugal continental há uma dúzia de máquinas de 64 cortes: dez em instituições privadas ou que têm parcerias com o sector público e duas em hospitais públicos. É o caso do Hospital de São João do Porto e do Hospital Universitário de Coimbra. No resto, os equipamentos utilizados ainda são de dois, quatro ou 16 cortes. 

Prioridade para açorianos sem médico de família

O Secretário Regional da Saúde elege como um dos objectivos essenciais da sua acção até 2012 a melhoria do acesso à saúde dos açorianos, sobretudo daqueles que não têm médico de família. “O grande desafio é o da acessibilidade à saúde dos utentes sem médico de família. Acho que esse é o principal problema a ser resolvido”, reconheceu o governante ao Açoriano Oriental. Embora ainda não avance com nenhuma solução para fazer face à situação, Miguel Correia garante que
serão adoptadas medidas que neste momento estão a ser analisadas tendo em vista a sua regulamentação. O problema dos cidadãos que não têm médico de família não é novo e coloca-se com particular acuidade nos concelhos mais populosos da Região: Ponta Delgada, Ribeira Grande e Angra do Heroísmo. Nestas parcelas açorianas, diz o secretário, “está a decorrer o programa de consultas em horário pós-laboral”, destinado aos utentes sem médico de família”.

 

in AOriental / Paulo Faustino

Pub

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here