O povo “está a pagar as irresponsabilidade” de quem o governa

O líder da bancada do PSD na assembleia municipal da Praia da Vitória considerou que “o povo está a pagar as irresponsabilidades de quem o governa. Faz os sacrifícios que o poder político não quer fazer e sustenta os luxos dos nossos governantes e de toda uma nova aristocracia sem coroa e sem sangue azul agarrada ao poder, arrogante, manipuladora e dependente”, afirmou.
 
Intervindo na sessão solene da assembleia municipal praiense que, na passada sexta-feira, comemorou o centenário da República, Paulo Ribeiro fez uma contextualização histórica da data e dos seus antecedentes políticos, lamentando que – 108 anos após o assassinato do rei D. Carlos –, “o nobre povo, o povo que elege, que trabalha, é quem com os seus impostos sustenta todo este Estado cada vez maior”.
 
Numa referência clara às medidas de contenção preconizadas recentemente para o Portugal, o social-democrata defendeu que “não podem ser sempre os mesmos a pagarem a factura. É tempo de cada um assumir as suas responsabilidades e dos responsáveis políticos deste país fazerem alguma coisa a seu favor, deixando-se de discursos vazios, promessas ocas e de atirarem areia para os olhos daqueles que lhes confiaram a nobre tarefa de os governar”, avançou.
 
“Infelizmente, o preceito constitucional que é o princípio da igualdade transformou-se num conceito vazio e em arma de poder. Só é igual quem cumprir um padrão pré-definido, sendo impensável qualquer desvio ao discurso oficial”, afirmou.
 
“Um século depois de implantada a República em Portugal, e 36 anos depois do 25 de Abril de 1974 que devolveu a Portugal a liberdade, pensar diferente e ter opinião diferente deixou de ser sinónimo de democracia e de liberdade. Transformou-se em ameaça e atentado ao poder instalado. E todos sabemos como o poder reage à crítica”, disse Paulo Ribeiro.
 
“A sociedade portuguesa está demasiado partidarizada. Infelizmente, isso não significa que esteja devidamente politizada, pois os partidos têm um peso excessivo na nossa vida portuguesa. A sociedade divide-se por cores, e isso vê-se nas direcções das nossas instituições culturais e recreativas, nas associações, nos clubes, escolas, comissões de festas e de império, passando pelos grupos folclóricos, casas do povo, escuteiros ou associações empresariais. A todos se atribui uma cor partidária, mesmo que a não tenham, pois a fidelização partidária norteia a dinâmica da sociedade, abafando o exercício de cidadania”, acrescentou.
 
“Deixámos de ser um país de cidadãos livres para nos transformarmos em marionetas no jogo da partidocracia ao serviço da tal aristocracia de pés de barro”, lançou Paulo Ribeiro na sua intervenção, lançando o repto de “refundar esta República e criar uma nova geração de ideias e de políticos que tenham a coragem de não fazer quando não é preciso, de não fazer quando não há dinheiro, que não vivam obcecados em agradar a tudo e a todos, gastando o que não se tem, esbanjando e desrespeitando o dinheiro que é de todos com o único objectivo de perpetuar o poder absoluto”, referiu.
 
Paulo Ribeiro propôs que, “tal como hoje (sexta-feira) o estamos a fazer, se realize, a cada dia 11 de Agosto, uma sessão solene desta assembleia municipal para assinalarmos a data maior da história do nosso município”, já que, recordou, “nós, praienses, temos responsabilidades acrescidas, pois o fim do poder absoluto sem regras e sem controlo passou por esta baía”, evocou, dizendo ainda que “a Praia da Vitória deve orgulhar-se do seu passado, revisitá-lo com mais frequência e celebrá-lo”, concluiu.

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