
Será Portimão o ponto de encontro dos cientistas, antes de entrarem no barco para iniciar a operação de investigação.
“A Oceana colaborará com o Governo português e partilhará conhecimentos com cientistas das Universidades dos Açores e do Algarve”, salienta a organização.
Durante dois meses, a expedição vai percorrer as águas do Atlântico português e do Mediterrâneo para estudar montanhas e canhões submarinos, ambientes que, apesar da rica biodiversidade, estão pouco explorados devido à sua profundidade e complicada orografia.
O Banco de Gorringe, “uma montanha escassamente explorada que aloja uma enorme biodiversidade”, já foi estudado pelos cientistas da Oceana, em 2005, mas será agora documentada em “profundidades intermédias”, explica a organização.
“As montanhas submarinas e os canhões concentram uma elevada biodiversidade”, segundo Ricardo Aguilar, diretor de Investigação da Oceana Europa e líder da expedição.
“Proporcionam um substrato duro no qual se fixam numerosas espécies que servem de habitat e alimentação a muitos organismos e, ao mesmo tempo, geram mudanças nas correntes oceânicas e o levantamente de nutrientes que atraem espécies de interesse comercial e outras muito vulneráveis, como os cetáceos”, explica Ricardo Aguilar.
Conhecê-los é um primeiro passo para definir medidas de proteção adequadas para a conservação da biodiversidade e que permitam também um ambiente seguro para a reprodução de espécies de interesse pesqueiro.
O Banco de Gorringe é constituído por dois montes submarinos, o Gettysburg e o Ormonde, situa-se a cerca de 120 milhas marítimas a oeste-sudoeste do Cabo de São Vicente, e tem cerca de 200 quilómetros de comprimento e 80 quilómetros de largura.