Parlamento dos Açores aprova voto solidário com povo de Cuba

Foto - CDS-PP | Foto de arquivo

O Parlamento dos Açores aprovou hoje, com a abstenção do BE, um voto do CDS-PP a solidarizar-se com a luta pela liberdade do povo de Cuba.

O autor do voto de saudação, o centrista Pedro Pinto, referiu que, “56 anos depois de um regime socialista e totalitário, o povo cubano tem saído às ruas reclamando por alimentos, medicamentos e liberdade”.

Na Assembleia Legislativa Regional, que decorre na Horta, ilha do Faial, desde terça-feira, o deputado do BE António Lima disse estar perante um “antissocialismo primário expresso no texto” do voto de saudação do CDS-PP, tendo referido que não se pode “omitir o crime que os Estados Unidos fazem sobre o povo cubano há de 60 anos com o embargo”.

António Lima, que manifestou solidariedade com a luta do povo cubano, referiu que é “uma hipocrisia e um branqueamento” da história não abordar o papel norte-americano nesta questão.

“Temos fome”, “Liberdade” e “Abaixo a ditadura” foram algumas das palavras de ordem repetidas na mobilização sem precedentes em Cuba, país onde as únicas concentrações autorizadas são geralmente as do Partido Comunista Cubano (PCC, partido único) e onde as últimas manifestações deste tipo aconteceram há quase 30 anos, em 1994, em Havana.

Após os protestos, o Governo cortou a internet, reforçou o controlo policial e acusou os Estados Unidos de financiarem a revolta social no país.

Pedro Pinto, do CDS-PP, destacou que “os portugueses são um exemplo da conquista da liberdade”, tendo-a alcançado “de forma pacifica”.

“Apesar de, em determinado período deste processo de libertação, ter havido uma tentativa de deriva que poderia ter levado à instalação de um regime do género daquele que foi instalado em Cuba, soube-se inverter o rumo e hoje vive-se numa democracia plena”, declarou o deputado.

O deputado Vasco Cordeiro, líder do maior partido da oposição (PS), indicou que, “para o PS dos Açores, a questão não é se é um regime de esquerda, de direita ou do centro, se é socialista, marxista ou facista”, mas sim a “liberdade, que alguns gostam de apregoar mas que não resistem a condicionar, que não pode ser posta em causa”.

Cordeiro observou que o teor e apresentação do voto “diz muito mais de quem o propõe do que aqueles a quem se dirige”.

O parlamentar do PAN, Pedro Neves, referiu que “isto foi uma provocaçãozinha, giro de ver, à esquerda, seja ela de extrema esquerda ou não”, e que o seu partido, “pelo objeto”, se associava ao voto de saudação ao povo de Cuba na sua luta pelo direto à liberdade.

Para o líder da bancada parlamentar do PSD/Açores, Pedro Nascimento Cabral, que condenou ditaduras de direita ou esquerda, “é certo que o regime vigente em Cuba é de esquerda, comunista, havendo que falar das coisas tal qual como elas são, sem virar a cara à realidade dos factos”.

O deputado José Pacheco, do Chega, declarou que “jamais no mundo pode haver um povo que diga que tem fome seja numa ditadura de direita ou de esquerda”, ressalvando que “o povo de Cuba não tem culpa de ter esta ditadura de esquerda”.

O deputado PPM Paulo Estevão afirmou que o PS e o BE, “nesta matéria, evoluíram, porque nos primeiros tempos da revolução portuguesa existia um certo fascínio sobre Cuba”.

No caso do PS, “logo nos primeiros anos, alterou-se a posição, verificando-se que se tratava de uma ditadura”, segundo Paulo Estevão, havendo no caso do BE, “no inicio deste século posições públicas a condenar o regime totalitarista”.

O parlamentar da IL/Açores, Nuno Barata, considerou que estes protestos “podem ser o princípio do fim de uma ditadura” imposta a “12 milhões de pessoas “confinadas a uma ilha, sujeitos ao vírus mortal do totalitarismo”.

 

 

Lusa

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