Parque de ciência e tecnologia da ilha Terceira quer reforçar internacionalização

O Parque de Ciência e Tecnologia da Ilha Terceira (Terinov), nos Açores, tem entidades integradas em consórcios, com projetos orçados em 17 milhões de euros, mas quer reforçar a internacionalização, sobretudo junto da diáspora nos Estados Unidos.
“O mercado da diáspora é crítico. Nós costumamos dizer, quase em jeito de brincadeira, que para um investimento muitas vezes ser concretizado nos Açores, mais do que a competência técnica, que já é reconhecida nas empresas açorianas, é também [preciso] conseguirmos apelar à relação emocional que a nossa diáspora tem com a terra”, disse, em declarações aos jornalistas, o diretor executivo do Terinov, Duarte Pimentel.
O responsável falava à margem da apresentação de um manual sobre os projetos instalados no Terinov, lançado em inglês, precisamente para “facilitar a divulgação junto dos ecossistemas empresariais” e da “diáspora nos EUA”.
A funcionar desde 2019, o Terinov conta atualmente com “76 projetos instalados, 69 empresariais e sete entidades científicas, que ascendem a mais de 285 utilizadores”, divididos sobretudo entre agroindústria, indústrias culturais e criativas e tecnologias de informação e comunicação.
No anterior quadro comunitário, o parque “teve em execução conjunta 12 projetos de investigação e desenvolvimento em contexto aplicado”. Atualmente, tem quatro projetos em execução e oito candidatados.
“O valor global dos consórcios ascende aos 17 milhões de euros. Dessa parcela, sensivelmente 1,5 milhões são geridos pelo Terinov”, revelou Duarte Pimentel.
Para além dos projetos financiados por mecanismos europeus, como o Programa Operacional, o EEA Grants ou o Horizon Europe, o diretor executivo do parque destacou um programa de intercâmbio com a Universidade de Massachusetts, em Lowel, suspenso devido à pandemia de covid-19, que o Terinov quer retomar.
“É uma relação próxima que o Terinov começa a ter com Estados Unidos, em particular com as universidades que estão juntas da nossa diáspora. São as primeiras portas que vamos abrindo ao nível da internacionalização”, salientou.
O mercado da diáspora tem também potencial para atrair novos investidores, segundo o diretor executivo do parque.
“Eu acho que está no ADN dos açorianos. Mesmo aqueles que saem querem voltar a casa e tentar fazer alguma coisa pela região. Este é mais um momento em que podemos promover isto e tentar facilitar esta relação entre a nossa diáspora e o ecossistema científico e empresarial aqui instalado”, acrescentou.
Para o diretor regional da Ciência e Tecnologia dos Açores, Flávio Tiago, também presente na cerimónia, “a internacionalização é um dos fatores-chave deste tipo de projetos” e o Terinov “tem sido um caso de sucesso”.
“Não é uma coisa que aconteça de um dia para o outro, criar estas sinergias e propiciar estas ligações por vezes demora algum tempo, mas isso já está a ser conseguido neste ecossistema”, apontou.
Flávio Tiago sublinhou ainda que a diáspora açoriana nos EUA permite “de forma mais fácil e direta aceder a um conjunto de recursos, que por vezes não estão disponíveis”.
“Alavancar esta capacidade de atrair a diáspora e procurar naquilo que são os que saíram deste ecossistema o valor para capitalizar estes projetos é sem dúvida nenhuma um dos aspetos prioritários e principais”, frisou.
Por outro lado, realçou que o novo quadro comunitário de apoio Açores 2030 tem “componentes específicas orientadas especificamente para a vertente de captação de conhecimento, em termos internacionais, e de retenção desse conhecimento neste tipo de ecossistemas”.
“A ênfase vai ser colocada sobretudo nas sinergias, quer da academia, mas também das empresas e de todas as entidades do sistema científico e tecnológico regionais, dos quais os parques de ciência e tecnologia, e neste caso o Terinov, são uma componente chave e estratégica”, explicou.

 

 

Lusa

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