Os dados recolhidos pela APSI referem-se aos 180 casos mortais por afogamento entre 2002 e 2010 registado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e às nove mortes recolhidas pela APSI na imprensa em 2011.
A APSI adianta que, nos últimos seis anos, os mortos por afogamento não têm diminuído, mantendo-se o número de vítimas estável.
Segundo a APSI, nos últimos dois anos por cada criança que morreu, duas a três foram internadas, significando que, em média, em 2009 e 2010, 48 a 49 crianças e jovens foram vítimas de afogamento.
Na última década, 70 por cento dos afogamentos ocorreram com rapazes, sendo a faixa etária dos 0 aos quatro anos aquela onde acontecem mais casos.
A APSI indica também que os afogamentos acontecem de modo proporcional nos planos de água construídos (tanques, piscinas, poços) e nos planos de água naturais (praias, rios, ribeiras, lagoas).
A associação sublinha que a praia é o plano de água com menos registos de afogamentos.
De acordo com a APSI, 60 por cento dos afogamentos no Norte e 50 por cento no Centro (incluindo Lisboa) são em planos de águas naturais, enquanto 55 por cento dos que se registam no Sul e 63 por cento nas regiões autónomas são em planos de água construídos.
Julho e agosto são os meses onde se verificam mais casos, apesar de se registarem afogamentos em todos os meses do ano.
Para reduzir estes números, a APSI lança, pelo 10.º ano consecutivo, a campanha “Segurança na água – a morte por afogamento é rápida e silenciosa”, que visa a prevenção dos afogamentos com crianças e jovens.
A campanha vai estar presente na imprensa, rádio e televisão, sendo ainda distribuídos, em todo o país, postais e pacotes de açúcar com conselhos sobre segurança na água.
A APSI chama ainda a atenção para o relatório europeu de avaliação da segurança infantil que atribuiu a Portugal uma classificação de duas estrelas, sendo a pontuação máxima cinco, sobre o nível de segurança na água que oferece às crianças e jovens.
Segundo a associação, Portugal devia criar legislação para a construção de piscinas e uma regulamentação para a proteção de piscinas e outros planos de água construídos em casas particulares, condomínios e aldeamentos residenciais.
A APSI vai ainda realizar, dia 11, em Faro, a conferência “segurança na água: o que mudou em Portugal”.
Lusa