Além de Portugal, representado em Istambul pelo secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Pedro Lourtie, assinaram hoje a Convenção Alemanha, Áustria, Eslováquia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Islândia, Luxemburgo, Montenegro, Suécia e Turquia.
O tratado, segundo o Conselho da Europa, “abre caminho à criação de um quadro jurídico paneuropeu para proteger as mulheres de todas as formas de violência”.
O documento contém cláusulas gerais, como a inscrição do princípio da igualdade entre homens e mulheres nas Constituições e legislações nacionais e a revogação de todas as leis e práticas discriminatórias, mas também medidas concretas.
A Convenção prevê, a par de medidas de sensibilização e de educação, a obrigação de criar serviços de apoio especializados imediatos para as mulheres vítimas de violência e a abertura de casas de acolhimento. O documento determina também a obrigação de inscrever a proibição da excisão nas legislações nacionais.
“As partes velarão para que a cultura, os costumes, a religião, a tradição ou a chamada ‘honra’ não sejam considerados como justificação para atos de violência”, estabelece a Convenção.
O documento prevê também a criação de um grupo de peritos para controlar a aplicação efetiva dos compromissos assumidos pelas partes.
Em conferência de imprensa, o secretário-geral do Conselho da Europa, Thorbjorn Jagland, afirmou a sua determinação em conseguir a ratificação da Convenção por todos os 47 Estados membros da organização. O documento pode também ser assinado por países que não pertençam ao Conselho da Europa.
As organizações de direitos humanos Amnistia Internacional e Human Rights Watch saudaram a Convenção, destacando que ela é “o primeiro instrumento juridicamente vinculativo na Europa” e “um grande passo em frente para a eliminação da violência contra as mulheres”.