Portugal tinha “mais poder negocial” com EUA na guerra fria do que hoje – especialis​ta

O professor catedrático e especialista em relações internacionais Luís Andrade considera que durante a guerra fria Portugal tinha “mais poder negocial” do que detém hoje no quadro das relações bilaterais com os EUA.
“Parece-nos claro que, durante a guerra fria, Portugal tinha mais poder negocial do que tem hoje”, especificou o especialista em relações internacionais, que falava em Indiana (EUA) numa conferência internacional subordinada ao tema “Explorando a diáspora portuguesa em perspetivas interdisciplinares e comparada”.
O pró-reitor da Universidade dos Açores considera que o surgimento de um “mundo unipolar” contribuiu para “aumentar a influência” norte-americana à escala global, o que gerou “repercussões” no quadro do Acordo Bilateral de Defesa e Cooperação em vigor entre Portugal e os EUA.
Luís Andrade considera que há que ter em consideração o papel que Portugal e os Açores “desempenharão” no quadro do mundo “unipolar” e da implementação por parte da União Europeia da política comum de segurança.
“Como membro da NATO e da UE entendemos que o Governo português tem de analisar a posição que Portugal irá adotar na nova equação da segurança e o seu relacionamento com os EUA”, defende Luís Andrade.
No que concerne aos Açores, e especificamente à Base das Lajes, o especialista em relações internacionais está convicto de que Washington “irá continuar” a utilizar no “futuro próximo” esta infraestrutura, como “ficou demonstrado” durante o conflito no Iraque, em que a base desempenhou um “papel importante”.
“Este é o nosso entendimento, independentemente do que venha a acontecer no futuro próximo, os EUA manterão a sua presença nos Açores apesar de forma mais reduzida”, conclui o professor universitário.

 

Lusa

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