Portugal vai continuar a defender manutenção de quotas

A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, assegurou hoje, em Angra do Heroísmo, nos Açores, que Portugal “continua a defender a manutenção das quotas do leite”, apesar de reconhecer que existem poucas hipóteses de isso acontecer.

“Sabemos que é difícil conseguir que isso vá para a frente, porque é preciso uma maioria qualificada para reverter uma decisão que foi tomada no passado”, frisou, salientando que a defesa das quotas pode valer mais tarde a Portugal ganhos “na estratégia de uma adaptação suave”, caso se confirme o fim deste regime.

Assunção Cristas falava aos jornalistas no final de uma reunião com o secretário regional da Agricultura e Florestas, Noé Rodrigues, e com representantes de associações de produtores locais, no âmbito da preparação da reforma da Política Agrícola Comum (PAC).

A ministra afirmou que, no caso de não ser possível reverter a decisão, é importante ter um capital que permita sustentar a necessidade de Portugal ter apoios específicos para ajudar a uma transição que “tem de se fazer muito com a diversificação dos produtos e dos derivados do leite”.

Assunção Cristas considerou que ainda é cedo para pensar em medidas de apoio ao fim das quotas, salientando que Portugal tem tempo até 2015 “para poder negociar e pedir apoios específicos para o setor”.

Por seu lado, Noé Rodrigues, secretário regional da Agricultura, também defendeu que se continue a lutar contra o fim das quotas do leite, considerando que quem investiu merece ser compensado.

“Sendo difícil, queremos lutar até à última pela manutenção do regime de quotas, porque ele traz estabilidade ao setor, não só na região como em toda a Europa”, frisou, salientando ser “natural que quem comprou quota e viu nela um ativo das suas explorações possa agora ser indemnizado”.

Noé Rodrigues considerou ainda que há “uma boa perspetiva de se poder lutar” por um reforço de verbas do Quadro Comunitário de Apoio, tendo em conta que “os produtores portugueses estão cerca de 8,5 por cento abaixo da média dos pagamentos aos agricultores europeus”.

O secretário frisou que os acréscimos conseguidos “devem beneficiar os agricultores açorianos” e que as verbas “deverão ser alocadas ao programa POSEI”.

 

Lusa

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