O PPM entregou hoje no parlamento dos Açores uma iniciativa legislativa que visa mudar as regras da colocação de professores no arquipélago, acabando com a preferência dada a docentes formados na universidade da região.
A proposta do deputado monárquico no Parlamento açoriano, Paulo Estêvão, prevê um período de transição de quatro anos letivos, de forma a acautelar “as expectativas dos docentes que desenvolveram o seu percurso académico e profissional no contexto do regime de prioridades até agora estabelecido” nos Açores.
Num comunicado hoje divulgado, Paulo Estêvão reitera que os “modelos exigentes de seleção e recrutamento de docentes, no âmbito de universos de recrutamento de grande dimensão, constitui um fator decisivo para o sucesso dos sistemas educativos internacionais de referência”.
“Quanto mais alargado for o universo de recrutamento, maior é a probabilidade de selecionar e recrutar profissionais mais qualificados”, afirma.
Para o PPM, “o sistema de prioridades concursais do sistema educativo regional, ao contrário do que alguns grupos corporativos querem fazer passar, não protege os docentes açorianos”, porque “os professores de naturalidade açoriana que tenham concluído as suas licenciaturas em qualquer outra universidade nacional ou internacional que não a Universidade dos Açores, não beneficiam de qualquer prioridade”.
O deputado exemplifica que “um professor açoriano que tenha concluído a sua licenciatura na Universidade de Coimbra com uma média académica de 20 ficará, no concurso regional do pessoal docente, várias centenas de lugares atrás de um alentejano que tenha concluído a sua licenciatura com média de 10 na Universidade dos Açores”.
“Não está em causa a preparação ministrada pela Universidade dos Açores, que tem formado profissionais de grande qualidade”, ressalva, acrescentando que “ao PPM interessa apenas uma coisa: que os alunos açorianos possam contar com os melhores professores, selecionados entre os melhores de todas as universidades portuguesas”.
Esta semana, o deputado já tinha anunciado que irá provocar um debate de urgência no Parlamento Regional, em setembro, dedicado à educação, na sequência dos maus resultados dos alunos açorianos nos exames nacionais, tendo defendido mudanças a nível do recrutamento de professores.
Lusa
