Precaridade do Rendimento Social de Inserção preocupa investigadores da UA

solidariedade-pobrezaA extrema precaridade do trabalho dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção preocupa os investigadores.

Esta precaridade, associada à baixa escolaridade, resulta num horizonte agravado de desespero.

Preocupações apresentadas hoje, na Universidade dos Açores, a uma plateia de assistentes sociais, com o objectivo de ajudá-las a ter uma visão global dos problemas da pobreza na região.

O estudo é da Universidade dos Açores, patrocionado pela Direcção Regional da Ciência e Tecnologia e assinado por Fernando Diogo.

Os resultados deste estudo são preocupantes, porque demontram que a precaridade açoriana é bastante mais extrema do que a mesma precaridade no continente.

Um estudo feito nos dois últimos anos com o terço de beneficiários do rendimento social de inserção que trabalham, um inquérito abrangendo quase 900 pessoas.

As consequências práticas da precaridade referida é que as pessoas não conseguem quebrar o ciclo da pobreza:

São precaridades bastante mais acentuadas do que as existentes no continente, foi possível fazer esta comparação. Ciclos extremamente difíceis, com as pessoas a não conseguirem sair da posição em que se encontram, vinculados a salários muito baixos e sem quaisquer perspectivas. Os anos passam e as pessoas não conseguem sair dessa condição, mesmo mudando de patrões, e muitas vezes até, mudando de profissão. Uma situação agravada pelos níveis de escolaridade, preocupantemente baixos, em termos relativos, na região, e ainda mais baixos na população beneficiária do RSI. A que acresce a sua extrema dificuldade em relacionar-se com situações de formação. Sem perspectivas, sem esperança, criam-se condições para um desespero cada vez maior, que nos deve preocupar.”

Fernando Diogo defende entretanto que estes dados não comprometem a eficácia do Rendimento Social de Inserção:

O RSI não foi criado para resolver o problema da pobreza, não se pode ter essa pretensão. É uma espécie de almofada, um apoio que ajuda a reduzir, a minimizar, os efeitos da pobreza. A qual só se resolve com uma acção articulada, interdisciplinar, e ancorada em medidas macro e micro. O RSI na região, de resto, em termos comparativos, está bastante melhor do que, por exemplo, no continente.

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