Preservação da biodiversidade pode implicar compensações aos pescadores – Bolieiro

Fotos: MM | © Governo dos Açores

O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, reiterou esta segunda-feira uma “política estratégica” para a conservação da biodiversidade marinha, admitindo compensações às “eventuais perdas de rendimento” dos pescadores a “curto prazo”.

“Teremos uma política estratégica de preservação e conservação [ambiental] e de compensação às eventuais perdas de rendimento a curto prazo, porque a nossa expectativa é que esse percurso é um percurso de valorização da nossa biodiversidade”, declarou.

O líder do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) falava aos jornalistas após uma visita à lota de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

Bolieiro disse querer promover um “desenvolvimento sustentável” da economia azul, assente “não na quantidade”, mas na “qualidade e na excelência” e no “aumento do valor acrescentando”.

O presidente do Governo Regional advogou que a aposta na “excelência” vai permitir a toda a fileira obter um “rendimento justo” das pescas e alcançar o “objetivo de preservação e conservação” da biodiversidade.

 “Temos a certeza de que esse é o rumo e dele não tiraremos qualquer recuo. Antes um avanço concertado com o processo de participação com os ‘stakeholders’, diálogo e ajustadas compensações para mitigar o tempo de transição que isso implica”, afirmou.

O social-democrata enalteceu os sistemas informáticos utilizados pela empresa pública Lotaçor, que considerou um “exemplo internacional” na utilização da tecnologia para a gestão das lotas.

Bolieiro disse ser um “desafio” aproveitar os fundos do programa operacional Mar 2030 para manter a “modernização e reforçar as capacidades humanas e tecnológicas” da empresa responsável pelas lotas do arquipélago.

A presidente da Lotaçor, Catarina de Lacerda Martins, realçou que o “sistema eletrónico de venda de pescado” utilizado na região é de “grande desenvolvimento”, dando o exemplo da possibilidade de qualquer comprador adquirir pescado de Ponta Delgada remotamente, através do leilão ‘online’.

“Já temos as vendas remotas ‘online’. Pretendemos estender a outras lotas, para além da de Ponta Delgada. Temos um projeto em curso que é o leilão a bordo, que permitirá que os mestres das embarcações possam fazer contratos antes de chegarem a terra”, afirmou.

Atualmente, o leilão ‘online’ está apenas disponível na lota de Ponta Delgada e representa 2% das vendas daquela lota, que transaciona cerca de 1200 caixas de pescado por dia.

 

Lusa

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