Presidente da República falha funeral de Saramago

O Presidente da República não vai estar presente no funeral de Saramago que se realiza este Domingo pelas 12h00, no Cemitério do Alto de São João em Lisboa. Cavaco Silva está numas mini-férias nos Açores de onde só vai regressar no Domingo.

A ausência do Presidente da República tem sido comentada, uma vez que são conhecidos os problemas entre Cavaco Silva e Saramago. Foi durante o governo do actual Presidente da República que o sub-secretário da cultura, Sousa Lara, decidiu não indicar o livro de José Saramago “Evangelho segundo Jesus Cristo” para o Prémio Europeu da Literatura.

Apesar disso, o Presidente da República deixou na sexta-feira uma mensagem de condolências à família de Saramago, dizendo que o vencedor do prémio Nobel da Literatura “será sempre uma figura de referência da nossa cultura.”

O conselheiro de Estado Marcelo Rebelo de Sousa desvalorizou hoje a ausência do Presidente da República, Cavaco Silva, nas cerimónias fúnebres do escritor José Saramago, considerando que é mais importante a sua presença espiritual do que física.

Em declarações aos jornalistas, à saída dos Paços do Concelho de Lisboa, onde o corpo de José Saramago está em câmara ardente, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que “o Presidente associou-se, através de uma mensagem, ao sentido nacional desta homenagem, e está presente no luto nacional destes dois dias”.

“Ele não está presente fisicamente, mas está presente espiritualmente, representando os portugueses. Eu penso que a mensagem do Presidente é mais importante do que a sua presença”, acrescentou o ex-presidente do PSD.

Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda que “o Presidente, desde que se soube da morte, definiu a sua posição, e fez bem em definir, porque definiu uma posição em nome do povo português”.

“E o povo português, a nação portuguesa, homenageia, toda ela, José Saramago. Não é a homenagem de um partido, não é a homenagem de uma ideologia, é a homenagem de uma nação, independentemente das ideologias – e o Presidente disse isso mesmo, que era uma figura essencial da cultura portuguesa. Eu acho que é mais importante essa presença espiritual do que a presença física”, concluiu Marcelo.

José Saramago morreu aos 87 anos na sexta feira, às 12:30, na casa onde residia em Lanzarote, Espanha. O corpo foi transportado num avião da Força Aérea Portuguesa para Lisboa e está em câmara ardente nos Paços do Concelho.

O funeral sairá no domingo, às 12:00, para o cemitério do Alto de S. João, onde será feita a cremação.

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