Produção de biodiesel arranca na Praia

A Praia Ambiente vai iniciar em breve a produção de biodiesel através do reaproveitamento de óleos alimentares. O combustível será utilizado nas viaturas da empresa municipal.
De acordo com Paulo Messias, da Praia Ambiente, o equipamento para produção de biodiesel está encomendado, sendo que já existe uma técnica que recebeu formação específica na área.
O custo do equipamento ronda os 10 mil euros. A empresa municipal vai ainda construir um edifício para o albergar (possivelmente na ETAR da Praia da Vitória) e disponibilizar oleões nas casas do povo, juntas de freguesia e também junto aos ecopontos. Ao todo, o investimento deverá aproximar-se dos 30 mil euros, avançou o responsável pela Praia Ambiente, Cota Moniz.
O equipamento de produção consiste num sistema de bombas, coadores e tanques. Esta unidade de produção inclui posto de abastecimento.
Segundo Cota Moniz, chegou a equacionar-se a possibilidade de exportar os óleos alimentares recolhidos, havendo compradores interessados, mas optou-se por produzir biodiesel para alimentar as viaturas municipais.
Para avançar com o processo a Praia Ambiente encontrava-se a aguardar a publicação do Decreto-Lei n.º 206/2008, de 23 de Outubro, que” veio permitir às autarquias locais, bem como aos respectivos serviços ou organismos dependentes destas, a produção de biocombustível com origem no aproveitamento de matérias residuais, nomeadamente óleos alimentares usados, para dar início à implementação da unidade de produção de biodiesel”, esclarece um comunicado divulgado ontem.
A legislação é de âmbito nacional e define que se considere como pequeno produtor as autarquias locais. A produção máxima anual é de três mil toneladas de biocombustível, com produção através do reaproveitamento de “matérias residuais, pelo menos em parte de óleos alimentares usados oriundos do sector doméstico”.
É necessário ainda que as autarquias coloquem “ toda a sua produção na própria frota ou, a título não oneroso, em frotas de autarquias locais ou dos respectivos serviços, organismos ou empresas do sector empresarial local, ou, ainda, de entidades sem finalidades lucrativas”.
Quanto ao facto de esta se tratar de uma legislação nacional, Paulo Messias não vê necessidade da Região legislar sobre a matéria. “Se estivéssemos a falar da venda deste biocombustível, seria necessário adaptar a lei. Neste caso, o decreto que existe satisfaz os objectivos”.

Aumentar a recolha
De acordo com Paulo Messias, são recolhidos, actualmente, uma média de 183 litros de óleo alimentar usado, provenientes do sector HORECA (Hotelaria, Restauração e Cafés) e doméstico.
Cada litro de óleo alimentar tem um aproveitamento para biocombustível de 80 a 90 por cento, sendo que, em alguns casos, esse aproveitamento pode roçar os 100 por cento.
Visto que o equipamento de produção a ser instalado em breve tem uma capacidade para 100 litros diários, o objectivo é agora aumentar a recolha. “É o que faremos com oleões com capacidade para 500 litros que deverão ser colocados em todas as freguesias, nas vias públicas. Estes equipamentos trazem a novidade de se poder colocar o óleo dentro de recipientes, não sendo necessário vertê-lo”, afirmou.
Desde Janeiro de 2008 foram recolhidos cerca de 8042 litros de óleo alimentar usado, que se encontram armazenados para produção de biodiesel.
De acordo com a mesma fonte será realizada uma campanha de divulgação junto das escolas primárias do concelho. Serão distribuídos às crianças pequenos funis.
Ajudar a melhorar o meio ambiente, evitando a deposição de óleos no aterro, é o principal objectivo.

 

In Diario Insular

Pub

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here