Em declarações à Lusa na data em que se celebra o Dia Mundial da Água, Francisco Nunes Correia adiantou que o projecto, resultante da colaboração entre a Associação Empresarial de Portugal e a Parceria Portuguesa para a Água, tem como objectivo afirmar a tecnologia e a engenharia portuguesa em oito mercados considerados “estratégicos e com potencial para Portugal”.
Nos países de língua portuguesa, os alvos são o Brasil, “um mundo de oportunidades complexo e diversificado”, Angola e Moçambique, enquanto no Magreb, serão privilegiados a Argélia e Marrocos, “onde a engenharia portuguesa tem também uma presença forte”.
Na Europa, foram seleccionados países candidatos à adesão à União Europeia, como a Sérvia e a Croácia, e ainda a Polónia, que já pertence à UE, mas “onde está tudo para fazer no que respeita à aplicação da Diretiva-Quadro da Água”, que estabelece objectivos de qualidade e gestão de água.
O projeto, que vai ser apresentado publicamente a 19 de abril, servirá para “caracterizar estes mercados em função do que são hoje e do que serão nos próximos anos, tendo em conta as estratégias das instituições financeiras internacionais”, explicou o ex-ministro do Ambiente.
Nunes Correia ressalvou que se tratam de mercados ligados ao investimento público e que, “por isso, é muito importante conhecer a lógica das instituições financeiras como o Banco Europeu de Investimento, Banco Africano para o Desenvolvimento ou o Banco Internacional para Reconstrução e de Desenvolvimento que vão alimentar e definir as exigências destes mercados”.
O trabalho passa também por “conhecer melhor o tecido empresarial português e as suas potencialidades, compreender melhor as necessidades destes países e como vão ser criadas oportunidades através das instituições financeiras internacionais e, finalmente, contribuir para promover a marca Portugal nestes mercados”, adiantou o docente do Instituto Superior Técnico.
Francisco Nunes Correia salientou que esta é “uma área onde Portugal tem afirmado, mesmo a nível internacional, uma engenharia de excelência e tem obtido resultados muito importantes nos últimos 15 ou 20 anos”.
O ex-governante acrescentou que a engenharia e a tecnologia portuguesa são “bastante sofisticadas”, encontrando-se “na linha da frente a nível mundial, e destacou empresas portuguesas que operam no setor da água e “já têm um historial de internacionalização importante” como a Coba ou a Efacec.
Lusa