PS admite “agenda compensatória” para minimizar impacto dos cortes no subsídio de Natal

O líder da bancada do PS na Assembleia Legislativa dos Açores, Berto Messias, admitiu a possibilidade de o Governo Regional vir a compensar os açorianos pelos cortes nos subsídios de Natal anunciados pelo primeiro-ministro.
O líder da bancada socialista, que falava no plenário do Parlamento açoriano, reunido na cidade da Horta, respondia a um repto lançado pelo deputado do PCP, Aníbal Pires, que perguntou se o PS e o Governo estariam dispostos a “dispensar” os açorianos daquele imposto ou, em alternativa, de os “compensar”.

“Estaremos, sobretudo, preocupados em defender os Açores e os açorianos, e em apresentar, se for necessário, uma agenda compensatória que permita compensar os açorianos das dificuldades em que vivemos hoje”, afirmou Berto Messias.

A disponibilidade demonstrada pelo líder da bancada do PS, no sentido de compensar os açorianos pelos cortes nos subsídios de Natal, não foi, no entanto, confirmada pelo vice-presidente do Governo, também presente no Parlamento.

Sérgio Ávila, o governante que gere a pasta das Finanças no arquipélago, foi mais cauteloso e disse que o executivo socialista não pode ainda pronunciar-se sobre uma coisa que desconhece.

“O senhor primeiro-ministro disse que o ministro das Finanças iria explicar, nos próximos dias, essa medida, por isso, não peçam ao Governo dos Açores que se pronuncie sobre algo que não tem ainda qualquer conteúdo prático”, advertiu o vice-presidente.

O deputado do PCP, que deu origem a esta discussão, considera que o novo imposto sobre o 13º mês é “um roubo” ao bolso dos portugueses que entende ser desnecessário.

Aníbal Pires lembrou que existem outras formas do Estado arrecadar receitas extraordinárias, como por exemplo, criar uma taxa de 0,2% nas transações em bolsa, aplicar uma taxa efetiva de IRS à banca ou taxar as empresas sediadas no off-shore da Madeira.

Os restantes partidos com assento na Assembleia Legislativa dos Açores têm opiniões contrárias sobre o novo imposto anunciado por Pedro Passos Coelho sobre o 13º mês.

Zuraida Soares, do Bloco de Esquerda, acusa o Primeiro-Ministro de ter “mentido” aos portugueses, ao anunciar uma mediada que “omitiu” ao país, mas que já tinha apresentado a Bruxelas.

António Marinho, do PSD, entende, no entanto, que o novo imposto é sinal de “coragem” do novo Governo, que perante a grave crise em que o PS deixou o país, teve necessidade de “ir mais além”.

Artur Lima, do CDS/PP, preferiu atacar o Partido Comunista, acusando de ter “roubado” o país quando esteve no Governo da República, logo após a revolução do 25 de Abril.

Já Paulo Estêvão, do PPM, optou por criticar o PS, por não assumir a sua quota-parte na situação grave em que vive o país.

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