PS denuncia “desresponsabilização” do Governo da República sobre serviço do Estado na Região

O PS/Açores denunciou aquilo que classifica de “desresponsabilização” do Governo da República relativamente aos serviços do Estado no arquipélago, defendendo que o esforço de contenção e equilíbrio das contas públicas “não pode ser feito a qualquer custo”.

“Parece que há uma vontade de alguns setores do Governo da República de nos asfixiar financeiramente para nos condicionar ou enfraquecer politicamente”, afirmou Berto Messias, líder parlamentar do PS, numa declaração política no plenário da Assembleia Legislativa dos Açores.

A falta de financiamento da Universidade dos Açores, o encerramento de serviços de Finanças e de tribunais, a situação da RTP/Açores e a formação dos elementos da PSP que prestam serviço no arquipélago são, segundo Berto Messias, “alguns exemplos recentes da total desresponsabilização e insensibilidade do Governo da República relativamente a serviços que tem a obrigação de assegurar”.

“Nós não somos portugueses de segunda e exigimos o mesmo tratamento que qualquer outro português”, frisou, defendendo a necessidade de haver “respeito e compreensão” pelas especificidades dos Açores e pelas “dificuldades que daí resultam”.

Berto Messias salientou que as decisões relativamente aos serviços do Estado na Região têm sido “validadas por ministros sem qualquer sensibilidade para o que é viver nos Açores, que conhecem melhor o Canadá e Bruxelas do que as ilhas açorianas, que desconhecem as competências dos Açores e que nunca leram o Estatuto Político-Administrativo”.

“Estamos a viver um dos momentos mais altos do centralismo, que não é só de desrespeito pelas competências próprias dos órgãos de governo próprio, mas que estende os seus efeitos nefastos à vida dos açorianos”, afirmou.

Para Berto Messias, “os Açores estão a sofrer os efeitos de uma governação centralista, em que as colunas da despesa têm mais importância do que a vida e o bem-estar das pessoas”, defendendo que “esta visão redutora e centralista exige que todos os partidos se unam a uma só voz na defesa dos interesses dos açorianos”.

Nesse sentido, criticou “as contradições e os silêncios cúmplices do PSD/Açores”, acrescentando que “não bastam declarações de intenções ou soluções avulsas apenas para controlo dos danos que Lisboa quer provocar”.

“Nenhum partido pode ir a eleições em outubro, apresentar propostas aos açorianos e reivindicar os interesses da Região, se não lutar de forma séria e convicta contra este desmantelamento encetado pelo Governo da República”, afirmou.

Aníbal Pires, do PCP, deu as “boas vindas” aos socialistas na “luta contra a ofensiva desencadeada contra a autonomia”, enquanto Clélio Meneses, do PSD, recordou que o PS “ainda é governo nos Açores, mas parece que já se esqueceu disso”.

“O PS foge de governar e atira para todo o lado para que as pessoas se esqueçam das responsabilidades que ainda tem”, afirmou o vice-presidente da bancada parlamentar social-democrata.

Por seu lado, André Bradford, secretário regional da Presidência, criticou o centralismo do executivo português, que “nem se preocupa” em explicar os motivos das suas decisões.

“Como o país não tem dinheiro, abandona-se os Açores, corta-se, fecha-se e os açorianos que se tratem”, frisou Bradford, apontando casos como o “abandono” a que foi votada a Universidade dos Açores ou a limitação da emissão diária da RTP/Açores.

 

Lusa

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