PS e PSD recusam acordo sobre construção de um só centro de arte

O PS e o PSD recusaram quinta-feira no parlamento açoriano uma proposta para um entendimento entre o Governo Regional e a Câmara de Ponta Delgada que evitasse a construção de dois centros de arte contemporânea em S. Miguel.
O BE apresentou um projecto de resolução a recomendar que o executivo regional, de maioria socialista, e a autarquia de Ponta Delgada, liderada pelo PSD, se entendessem quanto a esta matéria.

Em causa está o Centro de Arte Contemporânea ‘Arquipélago’ que o executivo regional, liderado por Carlos César, vai construir na Ribeira Grande e o Museu de Arte Contemporânea de Ponta Delgada, iniciativa da autarquia presidida por Berta Cabral.

A proposta do BE foi, no entanto, rejeitada pelo PS e PSD na Assembleia Legislativa dos Açores, tendo os dois partidos recusado a ideia de abandonar o seu projecto em detrimento do outro, alegando que ambos são necessários.

André Bradford, secretário regional da Presidência, recordou que o projecto do governo, que prevê a construção de um centro de artes contemporâneas orçado em cerca de 12 milhões de euros, foi o primeiro a ser apresentado e, como tal, não faria sentido suspendê-lo.

Por seu lado, Jorge Macedo, da bancada do PSD, considerou que também não faria sentido voltar atrás com o projecto da Câmara de Ponta Delgada, liderada pela social-democrata Berta Cabral, acusando os socialistas de estarem com “comichão” sempre que esta autarquia anuncia uma obra de vulto.

Os restantes partidos da oposição parlamentar não pouparam críticas ao PS e ao PSD, que acusaram de “esbanjar” dinheiros públicos e de estar apenas preocupados com “birras políticas”.

Zuraida Soares, autora da proposta apresentada pelo BE, lamentou que os dois partidos não se tenham entendido, afirmando que construir dois centros de arte contemporânea em S. Miguel, separados por cerca de 10 quilómetros em linha recta, é um exemplo de “mesquinhez” e de “novo-riquismo” que não faz sentido em tempo de crise financeira.

Artur Lima, do CDS/PP, acusou os dois maiores partidos de serem “esbanjadores”, acrescentando que esta “birra política” é um mau exemplo para os técnicos do FMI que estão a analisar as contas públicas em Portugal.

Também Aníbal Pires, do PCP, e Paulo Estêvão, do PPM, acusaram PS e PSD de não saberem “evitar o desperdício” e de promoverem o “esbanjamento de dinheiros públicos”.

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