Num comunicado hoje enviado à imprensa, os socialistas locais lembram que Berta Cabral, que é também líder do PSD/Açores, desempenhou os seus mandatos quase sempre num “clima social, económico e financeiro muito favorável”.
“Não faltaram recursos, nem meios, nem oportunidades para empreender e fazer obra”, recorda o PS de Ponta Delgada, sublinhando que o problema “não é, nem nunca foi, o da obra feita” mas naquilo que “podia e devia ter sido realizado”.
Para os socialistas do maior concelho dos Açores, as prioridades camarárias é que estiveram erradas, já que a ex-édil preteriu “muitas opções de fundo” proposta pelo PS, apostando “um modelo festivo, centralista e despesista”.
“Este é o momento de relembrar essas prioridades que o PS de Ponta Delgada defendeu, e defende, e que foram erradamente trocadas pelo que era fácil de fazer”, adianta o comunicado socialista.
A reabilitação do centro histórico de Ponta Delgada é uma obra de fundo que, no entender do PS local, continua ainda por concretizar, acusando Berta Cabral de ter, no mesmo período, onerado “muito acima da inflação” a fiscalidade e as taxas sobre as empresas e as famílias do concelho.
A falta de políticas sociais e de desenvolvimento local são outras críticas dos socialistas, que contestam, sobretudo, o “conformismo” da autarquia perante a crise que se abateu sobre o concelho e a região.
Segundo o PS, “em vez de atenuar os efeitos da crise económica” a Câmara de Ponta Delgada agravou a situação, e encerou as contas de 2011 com uma dívida de “3,3 milhões de euros a centenas de fornecedores” e ainda “faturas vencidas num valor superior a 2,7 milhões de euros”.
“O atual mandato pode ser mesmo caraterizado como o das obras paradas, da inoperância e do abandono da sua ex-responsável máxima”, concluem os socialistas de Ponta Delgada, para quem Berta Cabral é a “campeã da incoerência”, ao propor fazer no Governo aquilo que não conseguiu fazer em onze anos na autarquia.
Lusa