PS/Açores defende regulação do mercado se o regime de quotas leiteiras acabar

O líder parlamentar do PS/Açores, Berto Messias, defendeu hoje que a Europa deve intervir se o regime de quotas leiteiras acabar, para evitar que as grandes superfícies recusem o leite nacional em favor de outro mais barato.

“Sem o regime de quotas leiteiras e no âmbito da lei da procura e oferta, as grandes superfícies comerciais estão a determinar que leite compram, adquirindo o mais barato”, afirmou Berto Messias em declarações aos jornalistas em Angra do Heroísmo, no final de uma reunião com a Associação Agrícola da Ilha Terceira (AAIT).

Para o líder parlamentar do PS/Açores, “a Europa depara-se com muitas indefinições, estando já claro que a liberalização de mercados que oferece não está a funcionar”.

Nesse sentido, os socialistas açorianos querem “a manutenção do regime de quotas”, mas admitem que possa acabar, defendendo nesse caso “medidas de compensação e transitórias” para a região dos Açores, que produz 30 por cento do leite nacional.

Berto Messias frisou que “não deve ser encarado como uma inevitabilidade o fim do regime de quotas leiteiras”, considerando que “há que ter a lucidez suficiente para perspetivar o futuro depois das quotas”.

Por seu lado, Paulo Ferreira, presidente da AAIT, defendeu “uma intervenção política da Comissão Europeia para regular um preço mínimo na venda do litro do leite”.

“Nos Açores, nunca conseguiremos vender a nossa produção num mercado livre a preços concorrenciais com o de outros países europeus”, frisou, reivindicando “regras comunitárias que imponham um preço mínimo abaixo do qual os produtores não vendem o leite”.

Paulo Ferreira salientou não acreditar que o regime de quotas acabe, alegando que “já se fala nos corredores de Bruxelas na sua continuação”.

“Os agricultores estão crentes de que não acaba, uma vez que os dois por cento que foram concedidos aos países para aumentarem a sua produção só serão atingidos por quatro dos 27 países da UE, a Alemanha, Dinamarca, França e Holanda”, afirmou.

Para Paulo Ferreira, “com 23 países a ganharem mais do que perdem com o regime de quotas é possível que ele continue”.

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