O PSD/Açores denunciou hoje um conjunto “de problemas graves no hospital de Angra do Heroísmo, nomeadamente faltas de material que inviabilizaram recentemente intervenções cirúrgicas” e “os longos meses – cerca de um ano – sem se poderem realizar provas de esforço, devido a uma alegada avaria do equipamento adequado”, refere um requerimento enviado hoje à Assembleia Legislativa.
Segundo a deputada Carla Bretão, “recebemos queixas de utentes do hospital, que estão há vários meses em lista de espera para a realização de provas de esforço, informando-nos de uma avaria como causa para o atraso, bem como da suspensão de algumas operações cirúrgicas por falta de material para que se efectuassem”, explicou.
“Achamos inadmissível que um doente, depois de ser anestesiado, seja novamente levado para a sala de recobro, e que após acordar saiba que a sua operação não foi realizada devido a uma série de situações inexplicáveis. São casos graves, sobre os quais não podemos fechar os olhos, daí que queiramos saber como a tutela pretende actuar”, afirma a social-democrata.
No documento, os parlamentares querem saber “se o governo regional tem conhecimento das situações descritas, e porque razão está parado há quase dois anos um equipamento com a importância do que permite a realização das provas de esforço”, assim como “quantos utentes estão à espera para realizar o referido exame”.
Carla Bretão diz que a bancada laranja solicitou informações relativas “ao número de utentes com intervenções cirúrgicas suspensas ou adiadas no último ano e quais as razões de tais adiamentos ou suspensões”, concretiza a deputada, considerando que “não é aceitável, em pleno século XXI, e com o manancial de meios técnicos disponíveis, serem adiadas intervenções cirúrgicas por falta de material”.
Sobre o sector, reitera que “nos Açores, são muitas as deficiências de um serviço de saúde que continua sem chegar a todos, a tempo e com a eficácia desejada”, e que “o hospital de Angra do Heroísmo, pela sua dimensão e pela população que serve, tem responsabilidades acrescidas nas respostas a dar aos utentes, sendo essa a nossa motivação para ver esclarecidos estes casos”, avança.
“Os terceirenses não podem esperar mais anos para terem cuidados de saúde dignos, apenas com a entrada em funcionamento de uma nova unidade de saúde”, concluiu Carla Bretão.
