“Há empresas que não podem aguardar mais uns meses e empregos que se perdem todos os dias. Todos conhecemos situações de grande dificuldade, de dispensa de pessoal, de encerramento de portas nalguns casos, de grande asfixia financeira mesmo para aquelas empresas que têm carteira de obras ou de fornecimentos”, afirmou a presidente do PSD/Açores, Berta Cabral.
A líder regional do PSD falava numa conferência de imprensa em que apresentou a iniciativa legislativa segundo a qual recomenda ao Governo regional, que num quadro de entendimento com a banca e com as associações, proceda à criação do Fundo de Reestruturação Empresarial dos Açores (FREA), redirecionando para esse instrumento verbas do atual quadro comunitário de apoio.
“É uma boa solução”, frisou a líder do PSD/Açores, lembrando a conjuntura, já que “não é o momento propício para a canalização de recursos públicos para tais instrumentos, quer oriundos do orçamento público nacional, quer do regional”.
Segundo referiu Berta Cabral, “os fundos estruturais europeus surgem, assim, como única fonte de financiamento efetivamente disponível”.
A proposta social-democrata “inspira-se”, segundo Berta Cabral, “num fundo de recuperação, em que o Estado Português participa, que tem como objeto a reestruturação de empresas, com potencial económico a longo prazo, mas com estruturas de dívida desajustadas, e que têm tido um êxito assinalável”.
Berta Cabral disse estar “convicta que da parte do Governo da República haverá disponibilidade para promover junto das instâncias europeias a capacitação regulamentar e financeira necessária à injeção de fundos comunitários neste tipo de fundo de reestruturação a criar”.
De acordo com o projeto de resolução apresentado pelo PSD, “o FREA deve estar associado a um programa de reestruturação de empresas com a sua atividade comprometida, por desajustamento da sua estrutura de dívida, mas que possuam comprovada viabilidade económica”.
“Pretende-se que o FREA promova a reestruturação financeira de empresas viáveis, atuando através de operações imobiliárias e de capital de risco orientadas para processos de consolidação económica e financeira”, acrescentou Berta Cabral.
Para Berta Cabral a execução da proposta “não se compadece com a espera por um novo Governo, em outubro”, criticando “o chumbo” da maioria socialista “a todas as propostas do PSD de combate ao desemprego”.
A líder do PSD/Açores desafiou, por isso, o executivo regional e os socialistas para que “demonstrem sentido de responsabilidade relativamente ao que se passa na economia açoriana” e acolham a proposta social-democrata.
Lusa
