PSD vai propor utilização de “receita acrescida” no apoio a famílias e empresas

A líder do PSD/Açores anunciou sábado que o partido vai propor no debate do Orçamento regional que a “receita acrescida” resultante do aumento de impostos e da redução de salários seja aplicada na “melhoria” da situação das famílias e empresas.

“O PSD insiste que essa receita acrescida deverá ser devolvida aos açorianos, ou seja, deverá ser destinada a apoiar a melhoria da situação atual das famílias e das empresas. É nesse sentido que o PSD irá apresentar algumas das suas propostas de alteração ao Orçamento regional para 2011”, afirmou Berta Cabral, no encerramento do seminário “Desenvolvimento e Políticas Orçamentais”.

A líder social-democrata salientou que o governo regional socialista “é o único que engorda” com a crise”, dado que as suas receitas vão aumentar por via do agravamento da carga fiscal e a despesa diminui graças à redução dos salários dos funcionários públicos.

Apesar da quebra de 10 milhões de euros nas transferências do Orçamento do Estado, Berta Cabral referiu que o aumento dos impostos, sobretudo do IVA, vai representar um acréscimo de receitas para a Região “que ronda os 20 milhões de euros”, enquanto que a descida da massa salarial na administração pública açoriana, garantem uma redução da despesa que “poderá ultrapassar 30 milhões de euros”.

“O governo regional irá beneficiar em cerca de 40 milhões de euros com as medidas restritivas impostas pelo Orçamento do Estado. Isto significa que o governo de César é o único que ganha com as dificuldades dos açorianos”, sublinhou.

A presidente do PSD/Açores considerou que, relativamente ao orçamento da Região para 2011, “as opções governamentais só podem estar orientadas para minimizar, de forma concreta e consequente, a situação grave que vivem as famílias e as empresas”.

“Não é com um aumento de 60 cêntimos no complemento de pensão ou de 12 cêntimos no complemento do abono de família, como anunciou o presidente do governo, que se resolvem as dificuldades sem precedentes dos açorianos”, disse.

A líder social-democrata referiu que atualmente as famílias açorianas e as empresas regionais “sofrem dificuldades crescentes”, dando o exemplo do desemprego, que classificou como a “face mais visível da grave situação” que a Região atravessa.

Berta Cabral sublinhou que “a crise financeira gerou uma crise económica que motivou uma crise social”, lamentando que o governo regional socialista “tenha ficado à espera que a crise nos passasse ao lado, em vez de ser proativo na salvaguarda do interesse dos Açores”.

Segundo a presidente do PSD/Açores, a economia açoriana “navega à vista num mar de contrariedades que derivam, sobretudo, de opções e de estilos de governação que esqueceram que temos recursos limitados”.

“O governo regional preferiu enveredar pelo fascínio do novo-riquismo e pela ilusão da política do oásis. Carlos César gastou o que tinha e o que não tinha, gerindo a crise inevitável de forma absolutamente irrealista. Primeiro garantiu que os Açores passariam à margem da crise, depois decretou o fim da crise nos Açores e agora diz que a culpa da crise que perdura nos Açores é toda dos outros”, afirmou.

Berta Cabral defendeu que o “verdadeiro problema, na República como na Região, só se resolve, verdadeiramente, com um novo governo”, salientando que os Açores “precisam de mudar de governo porque precisam de mudar de políticas”.

“Queremos um governo mais pequeno, mas melhor articulado. Queremos políticas mais rigorosas e melhor aplicação dos dinheiros públicos”, afirmou.

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