PSD/Açores preocupado com negociações em curso com MERCOSUL

duarte-freitasO PSD/Açores manifestou esta quarta-feira “preocupação” com o impacto da liberalização do comércio entre a UE e o MERCOSUL no sector de produção de carne no arquipélago, frisando que o Governo português deve actuar para defender os interesses nacionais.
“Estamos a dormir. É extraordinário como o Governo da República não tem estado preocupado”, afirmou Duarte Freitas, líder parlamentar do PSD/Açores, questionando se “é mais importante para José Sócrates um acordo com algum país do que os interesses dos Açores”.

As críticas de Duarte Freitas estenderam-se também ao Governo Regional dos Açores, frisando que “não há nota pública de movimentações nesta matéria”.

A posição dos social-democratas surge na sequência das “negociações de liberalização de comércio” em curso entre a União Europeia (UE) e o MERCOSUL, união aduaneira que integra o Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela.

Duarte Freitas, que falava numa conferência de imprensa na Horta, recordou que 10 países europeus já manifestaram a sua preocupação com o impacto destas negociações, mas Portugal não está nesse grupo.

“Quase 80 por cento da carne importada pela UE vem do MERCOSUL, com este acordo pode aumentar em 70 por cento a importação de carne de bovino sem qualquer imposto alfandegário”, afirmou, acrescentando que a COPA-COGECA, maior cooperativa agrícola em Bruxelas, antecipa o “colapso total do sector da produção de carne na Europa” caso estas negociações avancem.

Para Duarte Freitas, “a situação é lesiva para os agricultores europeus, mas especialmente para os agricultores situados em regiões ultraperiféricas como os Açores, pela concorrência desleal que provoca”.

Nesse sentido, recordou 16,8 por cento dos bovinos existentes em Portugal estão nos Açores, onde a produção animal representa 86 por cento do total da produção agrícola regional.

Na sequência deste quadro, o PSD/Açores apresentou na Assembleia Legislativa Regional um projeto de resolução para que o parlamento açoriano “demonstre a sua preocupação” ao Governo da República, ao Parlamento Europeu e à Comissão Europeia sobre as negociações em curso.

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